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sábado, 31 de outubro de 2015

Cantor cristão relata como superou abusos na infância


Nascido na cidade de Maringá (Paraná), Diego Gomes se dedica a levar o evangelho às cidades brasileiras a partir do louvor e da Palavra. O cantor já gravou dois discos, escreveu o livro “Todo ser que Respira: princípios para uma vida de louvor e adoração” e é responsável pela produção do documentário que leva o mesmo nome da obra. O longa recebeu a participação do ministério Diante do Trono e dos cantores Juliano Son, Nívea Soares e do pastor do IHOP (International House Of Prayer/Casa Internacional de Oração), Dwayne Roberts.

Gravação do documentário "Todo Ser que Respira" produzido por Diego Gomes (Foto: arquivo pessoal)

Gravação do documentário “Todo Ser que Respira” produzido por Diego Gomes (Foto: arquivo pessoal)

Embora hoje desfrute de uma vida intensa em Cristo, Diego é dono de uma trajetória marcada por abusos, depressão e desejos suicidas. Na infância, o cantor relata que viveu uma fase reclusa de amigos, em que grande parte do seu tempo se dava em casa, em frente à televisão ou debruçado sobre os livros. Enquanto o pai era ausente, a mãe, embora fosse carinhosa, passava boa parte do tempo no trabalho.

O primeiro abuso sexual aconteceu aos quatro anos por um morador que residia na vizinhança. “Não tinha ideia do que estava acontecendo, porém lembro que fiquei com muito medo da primeira vez que aconteceu. Acredito que por ser apenas uma criança, pensava que aquela pessoa estava brincando comigo”, lembra.

Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

Entretanto os abusos persistiram e se tornaram cada vez mais intensos. No início, se tratava de toques e exibições, com o passar do tempo os atos passaram a ser mais invasivos. Diego se recorda das tentativas de fugir das agressões, mas as constantes ameaças do agressor o tornava cada vez mais introspectivo e amedrontado.

“O segundo abuso aconteceu em uma viagem quando tinha sete anos e depois vieram outros. Sofri abusos sexuais dos quatro aos 10 anos por pessoas diferentes. Nessa época, me sentia extremamente sozinho e sofria bullying por parte de familiares próximos. Era ridicularizado por ser uma criança negra, o que contribuiu para que eu tivesse uma baixa autoestima e uma imagem muito negativa de mim. Lembro-me das noites marcadas por pesadelos e muito medo, não conseguia dormir direito”, relata.

Além das agressões sexuais, Diego passou por períodos de reclusão na escola tanto pela cor, quanto pela situação financeira. O músico descreve que vivia um mundo particular, sem interação com outras crianças. Preferia ler, escrever e praticar brincadeiras que envolviam imaginação e a criatividade.

Na adolescência, passou a enfrentar um novo dilema: as más companhias. “Por volta dos doze anos, comecei a fazer amigos no colégio e a me envolver com uma turma de adolescentes mais velhos. Como sempre tive muita independência, podia ir e vir aos lugares sozinho. Meu lar não era um local em que me sentia em paz, então comecei a frequentar festas com essa turma mais velha do que eu. Por causa do meu histórico de abusos sexuais eu tive envolvimentos sexuais com garotas da minha idade e com outras mais velhas do que eu”, conta.

O envolvimento na vida social não diminuiu a solidão e o vazio que Diego sentia. Era depressivo e não via perspectiva de futuro. Como se via infeliz e sem projeção de melhora, passou a pensar em formas de provocar o suicídio. Pegava algumas facas e às vezes se imaginava pulando da janela de apartamentos em andares elevados, mas felizmente nunca conseguiu concluir suas intenções.

Nova Vida

O cantor sempre teve curiosidade de conhecer a Deus. O interesse pela fé o levou a estudar religiões como budismo, wicca e esoterismo e, por isso, passou a meditar diariamente. Enquanto se envolvia no mundo do misticismo, o avô, que era cristão, orava intensamente pela vida do neto.

“Nessa época conheci uma amiga na escola que era cristã e ela sempre falava de Deus de uma forma muito pessoal. Fazia-me refletir sobre minhas atitudes e falava sobre um relacionamento pessoal com Deus. Até achava a ideia interessante, mas tinha muito preconceito contra a igreja protestante. Minha mãe se converteu e começou a frequentar os cultos, porém relutei muito em ir com ela. Até que em uma quinta-feira à noite ocorreu uma briga muito séria entre meus pais. Decidi ir a Igreja com ela, pois não queria ficar em casa”, lembra.

Diego Gomes 2

No culto, enquanto ouvia a ministração do pastor sobre os discípulos no caminho de Emaús, Diego relata que sentiu claramente a voz do Espírito Santo lhe dizer que o Senhor nunca o havia deixado sozinho. Quando se deu conta, estava em lágrimas se rendendo a Deus.

“O Senhor começou a me envolver em Seu amor e me mostrar que eu tinha valor. Por onde eu ia existiam cristãos me cercando e cuidando de mim. Foi uma época em que uma transformação muito radical aconteceu em minha vida. Em dois meses eu já era um adolescente confiante e comecei a descobrir que eu era na verdade muito comunicativo”, afirma.

As reuniões de oração tornaram-se uma das suas principais ocupações: havia descoberto que Deus o criara para se relacionar intimamente com Ele. Aos 14 anos, descobriu a música como um dos dons dados pelo Senhor. Desde então, Diego tem usado a adoração e a comunicação para levar outras pessoas a conhecerem o amor de Jesus.

 :: Ariane Oliveira

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