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Estudo Sobre Arrebatamento


Quando Jesus prometeu aos Seus discípulos: “Eu voltarei” (João 14:3), Ele criou uma esperança que têm ardido no coração de quase todos os cristãos por 2.000 anos. E, raras vezes desde o primeiro século dC tem esta esperança queimado mais intensamente nos corações dos cristãos do que hoje.

Esta esperança é escurecida, no entanto, por uma sombra. Segundo a Bíblia, um momento terrível de angústia, muitas vezes chamado de “tribulação” – terá lugar na Terra pouco antes da segunda vinda de Cristo. Por quase 1.800 anos, os cristãos acreditavam que todo o povo de Deus iria passar por essa tribulação. No entanto, cerca de 200 anos atrás, uma nova teoria foi proposta – que Deus levará os verdadeiros cristãos para fora do mundo e os transportará para o céu antes da Tribulação. Aqueles que ficarem para trás passarão pela Tribulação, durante a qual milhões de judeus serão convertidos ao cristianismo. A segunda vinda de Cristo ocorrerá no final da Tribulação.
A deportação dos santos para o céu antes da Tribulação é chamada de “arrebatamento”. Segundo os que defendem essa teoria, o arrebatamento será secreto no sentido de que, num primeiro momento, ninguém vai saber que ele ocorreu. Aqueles que são deixados para trás na terra só irão perceber que isso aconteceu quando eles se tornam conscientes de que muitas pessoas desapareceram de repente, sem qualquer razão. Uma série de filmes religiosos tentou retratar este arrebatamento nos últimos anos. Estes filmes mostram tipicamente pessoas espantadas perguntando o que aconteceu com seus amigos e entes queridos. Outra cena comum é a de carros desgovernados e aviões caindo, porque seus motoristas e pilotos foram “arrebatados”.
Em certo sentido, esta visão do fim do mundo poderia ser chamada de uma teoria dupla da segunda vinda, porque divide o retorno de Cristo para o nosso planeta em duas partes, o arrebatamento antes da Tribulação e a Segunda Vinda na sua conclusão. Neste artigo, examinaremos a evidência bíblica sobre o fim do mundo e a segunda vinda de Cristo.

QUATRO RAZÕES PARA QUESTIONAR O ARREBATAMENTO SECRETO

Um estudo cuidadoso da Bíblia sugere pelo menos quatro razões principais para questionar o ponto de vista de uma segunda vinda de Cristo em duas fases:

1. O vocabulário do Segundo Advento não oferece respaldo para tal ponto de vista

Nenhuma das três palavras gregas usadas no Novo Testamento para descrever o retorno de Cristo ou seja, parousia-vinda, apokalypsis-revelação, e epiphaneia-aparecimento, sugere um arrebatamento secreto antes da tribulação (muitas vezes chamado de “arrebatamento pré-tribulacionista”) como objeto da esperança cristã no Advento.
Os pré-tribulacionistas alegam que em 1 Tessalonicenses 4:15, Paulo usou a palavra parousia-vinda para descrever o arrebatamento secreto. Mas em 1 Tessalonicenses 3:13, ele usou a mesma palavra para descrever “a vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos” (NVI) – uma descrição, de acordo com os pré-tribulacionistas, da segunda fase da volta de Cristo. Em 2 Tessalonicenses 2:8, Paulo de novo emprega o termo parousia para se referir à vinda de Cristo que causará a destruição do anticristo – um evento que, de acordo com os pré-tribulacionistas, supostamente ocorrerá na segunda fase da vinda de Cristo (ver também Mateus 24:27, 38, 39). Da mesma forma, as palavras apokalypsis-revelação e epiphaneia-aparecimento, são utilizadas para descrever tanto o que os pré-tribulacionistas chamam de arrebatamento (1 Cor 1:7; 1 Tim 6:14) como o que chamam de Retorno, ou segunda fase da Vinda de Cristo (2 Tess 1:7-8, 2:8). Assim, o vocabulário da Bendita Esperança não propicia base alguma para uma distinção da volta de Cristo em duas fases. Seus termos são utilizados para descreverem um único, indivisível, pós-tribulacional Advento de Cristo que vai trazer salvação aos crentes e retribuição aos descrentes.

2. O Novo Testamento não contém traços de um secreto e invisível arrebatamento instantâneo da Igreja.

Na verdade, 1 Tessalonicenses 4:15-17, que dá a descrição mais notória do Segundo Advento, sugere exatamente o oposto. Ela fala que o Senhor desce do céu “dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus” . . . “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares”. “(versículos 16, 17).
A ”palavra de ordem”, ”a trombeta”, e o grande ajuntamento dos vivos e santos ressurretos dificilmente sugeriria um evento secreto, invisível e instantâneo. Pelo contrário, como tem sido freqüentemente apontado, essa talvez seja a passagem mais barulhenta da Bíblia. As referências a uma trombeta ressoando em paralelo com as passagens de Mateus 24:31 e 1 Coríntios 15:52 corroboram a natureza pública do Segundo Advento. Nenhum traço de um arrebatamento secreto pode ser encontrado em qualquer uma destas passagens.

3. As Passagens bíblicas sobre a Tribulação não oferecem suporte para um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja.

Em seu discurso no Monte das Oliveiras, Jesus falou da grande tribulação que irá preceder imediatamente a Sua vinda, prometendo que “por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados”(Mateus 24:22). Argumentar que ”os eleitos” são apenas os crentes judeus e não membros da igreja é ignorar o fato de que Cristo estava se dirigindo a Seus apóstolos que representavam não só o Israel nacional, mas também a igreja em geral. Isto é confirmado pelo fato de que tanto Marcos como Lucas, que escreveram seus evangelhos para a Igreja gentílica, relatam o mesmo discurso (Marcos 13:20, Lucas 21).
Notável também é a semelhança entre a descrição de Cristo da Sua segunda vinda em Mateus 24:30, 31 e a de Paulo em 1 Tessalonicenses 4:16, 17. Ambos os textos mencionam a descida do Senhor, a trombeta que soa, os anjos acompanhantes e a reunião do povo de Deus. No entanto, os pré-tribulacionistas dizem que a passagem de 1 Tessalonicens descreve o arrebatamento antes da Tribulação, mas a passagem de Mateus descreve a segunda vinda de Cristo após a tribulação. O paralelismo entre as duas passagens indica claramente que o arrebatamento da Igreja não precede, mas, pelo contrário, segue-se à grande tribulação.

4. Por fim, Paulo e o livro do Apocalipse negam a noção de um arrebatamento secreto pré-tribulacional.

Em 2 Tessalonicenses 2, Paulo refutou um equívoco que era predominante entre os cristãos de Tessalônica. Aparentemente, eles acreditavam que o dia do Senhor já tinha chegado. Para refutar esse equívoco, Paulo citou dois grandes eventos que devem ocorrer antes da vinda do Senhor, ou seja, a rebelião e o aparecimento do ”homem da iniqüidade” que perseguirá o povo de Deus (2 Tessalonicenses 2:3). Se Paulo esperasse que a Igreja fosse arrebatada deste mundo antes da tribulação causada pelo aparecimento do anticristo, ele dificilmente teria ensinado que os crentes veriam tal evento antes da vinda do Senhor.
O livro de Apocalipse trata dos eventos associados com a grande tribulação em maior detalhe do que qualquer outro livro do Novo Testamento, eventos tais como o aparecimento de uma besta que persegue os santos de Deus e o derramamento das sete últimas pragas (Apocalipse 8-16).
Embora João descreva estes eventos tribulacionais em grande detalhe, ele nunca menciona ou sugere um Advento de Cristo secreto e pré-tribulacional para levar embora a Igreja. Isto é tanto mais surpreendente tendo em conta o expresso propósito de João de instruir as igrejas a respeito dos eventos finais. Na verdade, João explicitamente menciona uma incontável multidão de crentes que passarão pela grande tribulação: “Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:14).
Os pré-tribulacionistas argumentam que esses crentes são todos da raça judaica, supostamente porque, durante os eventos descritos em Apocalipse 4 à19, a igreja não está mais na terra mas no céu. Este raciocínio é desacreditado, em primeiro lugar, pelo fato que em nenhum lugar João faz uma distinção entre os santos judeus e gentios, na Tribulação. Ao contrário, João afirma explicitamente que os crentes vitoriosos da Tribulação vêm “de toda nação, tribo, povo e língua “(Apocalipse 7:9). Esta frase ocorre repetidamente no Apocalipse para designar não exclusivamente os judeus mas inclusivamente muitos membros da família humana, independentemente da sua origem étnica ou nacional (Apocalipse 5:9; 10:11, 13:07, 14:6). Obviamente, Cristo não resgatou somente judeus, mas pessoas de todas as raças.
Em Apocalipse 22:16 Jesus reivindica ter enviado o Seu anjo a João “para testificar estas cousas à Igreja”. É difícil ver como as mensagens dadas pelo anjo a João poderiam ser um testemunho para as Igrejas se a Igreja não está diretamente envolvida nos eventos descritos nos capítulos 4 à 19, em outras palavras – na maior parte do livro.
O fato é que o Apocalipse descreve a Igreja como sofrendo perseguição por poderes satânicos durante a tribulação final mas não como sofrendo a ira divina. Como os antigos israelitas desfrutaram da proteção de Deus durante as dez pragas (Êxo. 11:7), assim o povo de Deus será protegido quando Sua ira divina cair sobre os ímpios. O Apocalipse representa essa divina proteção através de um anjo que sela os servos de Deus em suas testas (Apoc. 7:3) para que sejam protegidos quando a ira de Deus sobrevir sobre os impenitentes (Apoc. 9:4). Por fim, o povo de Deus será resgatado pelo glorioso Retorno de Cristo (Apoc. 16:15; 19:11-21). O apocalipse então, não retrata um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja, mas um Retorno pós-tribulacional de Cristo.
Em face das razões aqui discutidas, concluímos que o ensino popular de uma Vinda Secreta de Cristo para arrebatar a Igreja antes da tribulação final é desprovida de qualquer apoio bíblico. Tal crença torna a Deus culpado de dar tratamento preferencial à Igreja removendo-a da terra, deixando os crentes judeus a sofrer a tribulação final. As Escrituras ensinam que a Segunda Vinda de Cristo é um evento único que ocorre após a grande tribulação e será experimentada pelos crentes de todas as eras e de todas as raças. Esta é a Bendita Esperança que une “toda nação, e tribo, e língua e povo” (Apoc. 14:6).

ARREBATAMENTO ATRASADO

Quanto tempo se espera que levará para o desaparecimento maciço dos verdadeiros cristãos de todas as nações? Muitos acreditam que esse evento está iminente porque sua principal pré-condição, ou seja, o restabelecimento do Estado de Israel e a posse da antiga Jerusalém, já tiveram lugar.
De acordo com cálculos iniciais de Hal Lindsey, em seu livro “The Late Great Planet Earth”, esse arrebatamento secreto da Igreja já passou do prazo. Em 1970 ele predisse que “em quarenta anos desde 1948 [ano da formação do Estado de Israel], ou por volta disso, tudo isso poderia ter lugar. Lindsey calcula os “quarenta anos” da duração bíblica de uma geração e alega, com base na parábola da Figueira (Mateus 24:32-33) que a formação do Estado de Israel em 1948 assinala o início da última “geração” (Mateus 24:34) que verá primeiramente o arrebatamento, daí os sete anos de tribulação, e finalmente o Retorno de Cristo em glória. Sendo que o arrebatamento, de acordo com Lindsey e a maioria dos dispensacionalistas, ocorre sete anos (Daniel 9:27) antes do Retorno visível de Cristo em glória, já deveria ter ocorrido em 1981 ou 1982. O que isso significa é que o tempo já se esgotou para essas predições sensacionais, porém sem sentido.

Que Deus te Abençoe!!!
Um Forte Abraço 
Até uma próxima oportunidade !!!

Pastor e Teólogo

 Arlei Terra

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A motivação para a missão

cuidado
A missão de Jesus nos oferece um modelo de missão não apenas quanto à integralidade, mas também quanto à motivação. Segundo Mateus 9.36, ao ver as multidões, Jesus “teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor”. A compaixão era sua motivação. A palavra grega “splagchniszais”, que neste caso se traduz como “compaixão”, é a mesma usada em Lucas 10.33 para referir-se à atitude do bom samaritano na parábola de Jesus — o samaritano que, ao ver o homem que havia sido atacado pelos ladrões no caminho de Jerusalém para Jericó, parou para ajudá-lo.
Antes dele, um sacerdote viu o homem ferido e “passou de largo”. O mesmo fez um levita. Em contraste, quando o samaritano o viu, “moveu-se de íntima compaixão” (v. 33) e cuidou dele diligentemente. A mesma palavra aparece também em Lucas 15.20, que afirma que, na parábola do filho pródigo (ou melhor, dos dois filhos perdidos), quando o pai do filho que havia esbanjado a herança o viu voltando para casa, “se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou”.
Nos Evangelhos Sinóticos, este termo grego, além das poucas vezes em que aparece nas parábolas de Jesus, é usado para referir-se a uma das características de Jesus como Messias. É a compaixão do ungido de Deus ao ver a tristeza da mulher cujo filho morreu (Lc 7.13), ao ver os enfermos (Mt 14.14), os cegos (Mt 20.34), os leprosos (Mc 1.41), as multidões famintas e cansadas (Mt 15.32).
O que provocou a compaixão de Jesus, segundo o texto de Mateus 9, foi ver as multidões “cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor”. Esta última frase é um eco de Números 27.17, no momento em que Moisés pede a Deus que proveja para Israel um líder que ocupe seu lugar de modo que o povo de Deus não fique “como rebanho sem pastor”.
Cabe, no entanto, perguntar se as multidões no tempo de Jesus precisavam de líderes. Elas tinham líderes, mas eles estavam concentrados em Jerusalém, usufruindo dos privilégios derivados da posição social, incluindo as luxuosas mansões. Enquanto isso, os campesinos da Galileia e da Judeia, por causa do tributo imperial e dos impostos do templo, perdiam as terras herdadas e se transformavam em locatários de seus opressores. A situação descrita em Ezequiel 34 se repetia com líderes que, sem constrangimento, agiam com avareza, enquanto o povo morria de fome.
Jesus não via as multidões como meras almas que precisavam apenas salvar-se espiritualmente. Ele as via como pessoas oprimidas, abandonadas pelos seus líderes, vítimas da injustiça. E, ao vê-las, tinha compaixão delas.
Sem compaixão não há missão; menos ainda a missão integral, que inclui a restauração das relações da pessoa com Deus, com o próximo e com a criação. Pode haver proselitismo e persuasão para mudar de religião ou unir-se a um culto, mas não a missão que tem como modelo a missão de Jesus Cristo.
Ao redor do mundo hoje e na Palestina do primeiro século, as multidões precisam de líderes compassivos dispostos a serem líderes-servos. Em todos os lugares é evidente a ausência de líderes com uma integridade moral que os capacite a colocar os interesses do povo sobre os próprios interesses. As classes dominantes, constituídas por militantes ou políticos, executivos de empresas ou comerciantes oportunistas, são geralmente insensíveis às necessidades da maioria. Nessas circunstâncias é urgente que nós que confessamos a Jesus Cristo como nosso Senhor, vejamos as multidões “cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor”. Á medida que as olharmos com os olhos de Jesus, entenderemos sua situação e seremos movidos pela compaixão, de maneira a suprirmos a demanda de líderes-servos como Jesus.





Pastor e Teólogo

 Arlei Terra

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Devolução de ofertas e dízimos na Justiça?

Dízimos e ofertas são recursos financeiros entregues voluntariamente às igrejas pelos seus seguidores que optam por fazê-lo cumprindo um mandamento...

Devolução de ofertas e dízimos na Justiça?Devolução de ofertas e dízimos na Justiça?
Dízimos e ofertas são recursos financeiros entregues voluntariamente às igrejas pelos seus seguidores que optam por fazê-lo cumprindo um mandamento bíblico. Não existe qualquer controle público que  resulte em cobrança judicial, nem mesmo em inscrição em cadastro de inadimplentes dos que optem por não contribuir. A contribuição, ou permanência na igreja, é completamente voluntária. A escrituração contábil de dízimos e ofertas tem como finalidade dar transparência à gestão dos recursos financeiros e cumprir a legislação pertinente. Estes recursos são utilizados para manutenção dos templos e nas atividades relacionadas às finalidades expressas no estatuto.
A liberdade associativa é um direito fundamental que se sustenta na ideia de que ninguém é obrigado a associar-se ou manter-se associado. Liberdade de associação é um direito previsto no artigo 5º, inciso XX, que prescreve “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado”. Ora, se ninguém é obrigado a associar-se a qualquer instituição, dentre elas as igrejas, por que seriam obrigados a cumprir normas destas instituições? Por outro lado, se não existe um mecanismo de se colocar um não dizimista ou ofertante em um cadastro de inadimplentes, ou mesmo de cobrá-lo judicialmente, por que haveria uma obrigação de se contribuir com essas instituições?
De um modo geral, as doações são celebradas por contratos em que doador e donatário celebram. Todavia, quando o bem doado é móvel e de pequeno valor, se opera pela tradição (entrega) do bem. O pequeno valor está associado à fortuna pessoal do doador. A doação requer o aceite do donatário que pode ser expressa, tácita ou presumida. A doação, em tese, é definitiva e irreversível, podendo ser nula ou anulável, caso se enquadre em um dos dispositivos legais que tratem do tema. Os dízimos e ofertas podem ser enxergados, do ponto de vista jurídico, como doações de pequenos valores.
O Código Civil traz os parâmetros que norteiam uma doação. Como casos de doações nulas, temos o artigo 548 que prescreve “É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador”, e o 549 que diz: “Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.”. Já o artigo 550 do mesmo diploma legal traz um caso de doação anulável: “A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.”.
O artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal prescreve que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;” e, em virtude disso, as pessoas podem ir ao Judiciário pleitear o que quiserem, mas certamente não encontrarão amparo se forem pleitear a devolução de dízimos e ofertas entregues, voluntariamente, nas instituições religiosas que fazem parte, igualmente de forma voluntária. Não adianta alguém levantar a hipótese de processar o dono da obra, Deus, porque o processo será extinto, sem o julgamento de mérito, baseado no art. 267: “Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: … Vl – quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual”.
A realidade é que a doação, ou por devoção, ou por gratidão, ou por generosidade, ou por interesse, em princípio, é irreversível. Cabe ao doador decidir as razões pelas quais quer doar para que não se arrependa. Podemos comprovar isso na Bíblia em algumas ocasiões: “Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis”. Hebreus 6:10. Também: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”. Malaquias 3:10.
Todos devem estar atentos que para cumprir este e outros mandamentos é fundamental conhecer ao Deus que deu a ordem e à sua Palavra. Se agirmos em desconformidade com os seus ensinamentos, seremos responsáveis pelos erros que cometemos. Veja: “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. Mateus 22:29. Não adianta colocar nas igrejas, nas outras pessoas, ou mesmo no Judiciário a responsabilidade sobre nossas escolhas e suas consequências. As decisões judiciais sobre o tema têm sido neste sentido. Os pleitos de devolução de dízimos e ofertas não têm logrado êxito.
Quem doa movido por qualquer sentimento e chega à conclusão de que não deveria ter doado, deve cuidar melhor dos seus impulsos para que não seja vítima de si mesmo e queira atribuir a terceiros a responsabilidade por suas escolhas. Quem fez parte de alguma instituição ou grupo e lá contribuiu de alguma forma e, posteriormente, concluiu que errou na escolha, deve explicar para si mesmo. Deus não vende nada e nem se deixa vender ou se enganar. “Não vos enganeis: de Deus não se zomba.” Gálatas 6:7
Quem tenta trocar com Deus não conhece a Sua natureza e pode ter usado uma espécie de ‘mau-caratismo da fé’ em uma tentativa de se dar bem em cima do que ‘acha ser obrigação de Deus’. As escrituras mostram que Deus teve e tem um coração voluntário para com o homem, a ponto de entregar Jesus Cristo, seu filho unigênito, para nos dar vida eterna. Ele  espera o mesmo de quem o segue. Neste cenário, não há que se falar em barganha e nem em atitudes coercitivas que justifiquem ações judiciais na tentativa de revertê-las. Lembremo-nos: “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;”. Mateus 16:24. É um convite apenas para quem quer.

autor:

Rubens Teixeira

Rubens Teixeira


Doutor em Economia pela UFF • Mestre em Engenharia Nuclear pelo IME • Pós-graduado em Auditoria e Perícia Contábil pela UNESA • Engenheiro de Fortificação e Construção (civil) pelo IME • Bacharel em Direito pela UFRJ (aprovado na prova da OAB-RJ) • Bacharel em Ciências Militares pela AMAN

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Igreja, comunidade terapêutica

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A igreja de Deus é a coluna e baluarte da verdade. Ela é filha da verdade, anda na verdade, é santificada na verdade e embaixadorada verdade. A igreja, porém, tempera a verdade com o amor. Ela fala a verdade em amor. Verdade sem amor fere; amor sem verdade engana. Para ser uma comunidade terapêutica, a igreja precisa falar a verdade e ao mesmo tempo amar as pessoas. Nas palavras de Jesus, a igreja “não esmaga a cana quebrada nem apaga a torcida que fumega”.
O apóstolo Paulo exorta as igrejas da Galácia: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o, com espírito de brandura, e guarda-te para que não sejas também tentado” (Gl 6.1). Para que a igreja seja uma comunidade terapêutica, alguns princípios devem ser observados à luz do texto supra:
1.Uma igreja terapêutica não faz provisão para o pecado. Aqueles que vivem na prática do pecado não pertencem à igreja de Deus, pois quem vive pecando não conhece a Deus. O pecado na vida do crente é um acidente, e não uma prática. O crente não pode pecar deliberadamente, intencionalmente. Não podemos fazer provisão para o pecado e, ao mesmo tempo, pertencermos à igreja do Deus vivo. Deus nos salvou do pecado e não no pecado; fomos chamados à santidade e à irrepreensibilidade.
2.Uma igreja terapêutica é conduzida pelo Espírito Santo. Quando Paulo fala: “vós, que sois espirituais”, não está se referindo a uma elite dentro da igreja. Os crentes em Cristo são aqueles que receberam o Espírito (Gl 3.2), nasceram do Espírito (Gl 4.29), andam no Espírito (Gl 5.16), produzem o fruto do Espírito (Gl 5.22,23), e vivem no Espírito (Gl 5.25). A igreja de Deus é uma comunidade terapêutica, porque os crentes, sendo espirituais, são agentes da cura, e não instrumentos da morte.
3. Uma igreja terapêutica trata com sensibilidade os que tropeçam. O apóstolo ordena: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura”. A palavra usada pelo apóstolo procede da medicina. Foi usada no grego clássico para reparar um osso quebrado. Precisamos lidar com tato e sensibilidade com as pessoas que caem. Devemos ser intransigentes com o pecado, mas cheios de ternura com aqueles irmãos que são surpreendidos por ele. Não podemos esmagar aqueles que já estão quebrados, nem ferir ainda mais aqueles que já estão machucados pela queda. A correção ao faltoso precisa ser com espírito de brandura e não com truculência. A disciplina visa à restauração do caído, e não sua destruição.
4. Uma igreja terapêutica mantém-se vigilante para não cair em pecado. Paulo diz que devemos nos guardar para não sermos também tentados a cair nos mesmos pecados que reprovamos nos outros. Hipocrisia e soberba são armadilhas perigosas que aprisionam e adoecem a igreja. Seria hipocrisia condenar na vida do irmão o pecado que acariciamos no coração. Temos tendência a projetar nossos próprios erros em alguém e condenar nesse alguém o que não temos coragem de enfrentar em nós mesmos. Vemos com mais facilidade um cisco no olho do irmão do que uma trave em nosso próprio olho. Coamos mosquitos e engolimos camelos. Uma igreja terapêutica não coloca fardos nas costas das pessoas, mas leva as cargas uns dos outros.

Pr. Hernandes Dias Lopes

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A música que representa todas as tribos

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Se fossem abertas hoje as inscrições para um festival em que seria eleito o estilo musical que representa todas as tribos do mundo, estaria deflagrado um conflito entre irmãos. Levi ia querer pop, Rubem ia querer samba, Judá faria um reggae, Simeão viria com um rock “pesadão”, Zebulom com uma salsa, e jamais chegaríamos a um consenso. Cada tribo tem sua música, porém, todas as tribos juntas não têm uma música que as represente, nem jamais terá. Ter uma música que fale a linguagem de todas as tribos seria o mesmo que dizer que existe uma etnia que representa todas as outras etnias do mundo. Etnia e música têm muita relação, pois, algumas delas são conhecidas justamente por sua música. Observe como a coisa é mais complexa do que imaginamos.
Segundo um estudo específico, o mundo é dividido em 9 raças geográficas (ameríndios, polinésios, micronésios, melanésio-papuas, australianos, asiáticos, europeus, africanos e indianos) e 32 raças locais (europeus do noroeste e do nordeste, alpinos, mediterrâneos, iranianos, africanos do leste, sudaneses, bantos e negros das florestas, túrquicos, tibetanos, chineses do norte, mongolóides clássicos, asiáticos do sudeste, hindus, dravidianos, índios da América do Norte, índios da América Central, caribenhos, índios da América do Sul, fueguinos, lapões, negrilhos, pigmeus africanos ou negritos, esquimós, ainos, murraynos, carpentarianos, bosquímanos e hotentotes, negros da América do Norte, negros da África do Sul, ladinos, neo-havaianos). Diga-me como agradar a tanta gente diferente com a mesma música.
Existe etnia que usa uma só palavra para dizer “dançar” e “cantar”, pois cantar implica dançar e vice-versa. E mais. Existe etnia que a própria língua é musical. As pessoas falam cantando. Imagine tentar agradar a todas essas raças com apenas um estilo musical. Impossível!
No Brasil, por exemplo, existem diferentes estilos musicais nas culturas regionais (sem contabilizar os das 256 tribos indígenas espalhadas pelo País): frevo, samba, samba-enredo, baião, maracatu, catira, forró, choro, pagode, carimbó, samba-canção, bossa-nova, sertanejo, moda de viola, choro, xote, valsa, modinha, etc. Se formos a fundo em cada região, constataremos que esses estilos se subdividem numa infinidade de outros. Chegando ao intrincado mundo das tribos, então, as preferências se multiplicam e se fusionam de tal forma que a música se torna híbrida. Num ufanismo filosófico, posso até crer que um dia haverá um estilo musical para cada pessoa. Tente agradar a essa turma toda.
Devido ao pouco conhecimento que se tem a respeito das tribos, em geral, os tribais são definidos com a palavra: malucos. Os Cowboys de Cristo, os Artistas de Cristo, os Roqueiros de Cristo, os Caminhoneiros de Cristo, os Motociclistas, a turma do Hip-Hop, músicos de tendências as mais diferentes, etc, não são farinha do mesmo saco. Eles não são malucos. Cada uma dessas tribos tem seu estilo, sua música, suas particularidades, suas ideias e seus objetivos que, em geral, são autênticos, e devem ser respeitados. Eles somente são discriminados porque vivem em tribos.
Entre os ditos “normais” também existem as tribos, apesar de não estarem institucionalizadas: os adolescentes, as meninas, os homens de negócio, os músicos, os profissionais em alguma área, o pessoal do coral, o quarteto, a banda tal – as “panelas”. Pode-se dizer até que são tribos mais radicais do que as denominadas radicais, pois são resistentes a misturas, fato que raramente acontece com o outro grupo de tribos.
Sendo assim, quando reunirmos várias tribos, seria interessante se ter representações do maior número possível de expressões tribais, tanto dos radicais caretas quanto dos radicais vanguardistas. Cantaríamos rock, samba, hino, etc, e teríamos dança, coro, todo tipo de cabelo e roupas, muitas cores, gente de terno e gravata, homens e mulheres, novos e velhos, crianças. Cada tribo do seu jeito. Ser tribal não é coisa de jovem maluco. É coisa de gente que tem identidade. Algum resquício perdoável de preconceito até pode existir por parte dos caretas, mas dos vanguardistas, nem pensar.
Quando o papo é música, é necessário entender que reunião de tribos não significa termos apenas rock pesado, cabeludos batendo cabeça, gente de tatuagem e brinco. “Os caretas do Senhor” também são tribo que merece respeito e deve ter direito de se expressar. Os tribais não se sentem isolados nas igrejas dos “caretas”? Pois bem. Não faça o mesmo quando os “caretas” estiverem no meio dos tribais. Isso é pagar com a mesma moeda. Pecado não se paga com pecado, mas com perdão e amor. “Se depender de vós, tende paz com todos os homens” – Romanos 12.18.
Quer queiramos ou não, as ideias utilizadas pelos tribalistas, para se tornarem tribalistas vieram dos caretas do passado: a filosofia, a música, a liberdade de expressão, os costumes, a religião. Não acontecemos por geração espontânea. Somos produto da luta de gerações passadas. Na Torre de Babel fomos uma tribo só, e nunca deixamos de ser. Evoluímos como sociedade para descobrir que todos queremos a mesma coisa: estar juntos, apesar das diferenças. Tal qual uma família.
Portanto, quando reunirmos tribos radicais e vanguardistas, para a glória de Deus, vamos apenas trocar experiências, fortalecer a fé, renovar e fazer alianças. Vamos curtir todo tipo de música, de expressão, quiçá, um “samba fanquiado”, um “hino roquizado” e um “street balé”. Que não haja espírito de divisão, mas de unidade. Que nosso olhar, independente da tribo a que pertencemos, esteja em Jesus, o nosso Senhor e Salvador. Jesus não vê roupa, tatuagem, terno, gravata, esse ou aquele estilo de música. Jesus vê o coração.

::Pr. Atilano Muradas

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Atenção, pai e mãe: seu filho cresceu!

adolescente
Fotos: Internet
Atendo toda semana muitos adolescentes e, nessas conversas, ouço seus dilemas, suas crises, erros e sempre me deparo com sérios problemas com os quais cada um vive. Apesar de seus erros e das dificuldades que alguns enfrentam por causa da idade, tenho percebido que, atualmente, muitos deles sofrem com um dilema familiar: pais que lidam com seus filhos adolescentes como se eles ainda fossem crianças.
O problema vai além das reclamações dos filhos adolescentes, tais como: “Eu não sou mais criança”. O resultado desse dilema é que muitos pais acabam tratando e educando seus filhos como eternas crianças. Querem que seus filhos sejam seus eternos bebês. A consequência disso são conflitos na família e a má formação de um futuro adulto. Sinceramente, sei que para os pais é muito difícil perceber e aceitar essa mudança de fase, mas ela existe.
Aos pais que não querem continuar cometendo o mesmo erro, gostaria de deixar duas dicas importantes. A primeira: “Há tempo para todas as coisas” (Eclesiastes 1.1); e a segunda: “Pais, não irritem seus filhos; antes os criem segundo a instrução e conselho do Senhor” (Efésios 6.4). Portanto, cabe aos pais educarem seus filhos, alegrarem-se e ter um bom convívio com eles, enquanto estão vivendo essa fase maravilhosa da vida, que é a adolescência. Tendo a plena consciência de que os mesmos não devem ser tratados como crianças e  nem como adultos, mas como adolescentes que são.
Por:
 
Pastor e Teólogo Arlei Terra

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Mais do que se pode ver

olhar 2
Dias atrás ouvi de uma pessoa muito próxima a seguinte frase: “Você precisa mostrar quem é você”. Dizia isso se referindo ao fato de exibir meu talento como profissional de comunicação. No instante em que ouvi fiquei injuriada pelo valor que queria imputar sobre mim. Com o passar do tempo não a culpei mais, não porque tivesse mudado de opinião, mas porque percebi que a sociedade está imersa em valores tão superficiais de aparência que é quase impossível não pensar dessa forma.
Aposto que você já deve ter ouvido diversas vezes sobre a importância da aparição, as redes sociais estão aí para comprovar que vale muito mais o que as pessoas veem de você, do que de fato acontece. Antes mesmo das pessoas concluírem a Lua de Mel, todo mundo já viu tudo pelo Facebook o que ocorreu na viagem do casal, parece que mais importante do que ser feliz, é mostrar para todo mundo que se está feliz. Não apenas isso, mas tantas ações de exibicionismo e exposição para mostrar atitudes aparentemente boas, uma vida relativamente perfeita e uma vida social para ninguém botar defeito.
E para contrariar a máxima, o mais conhecido de todos os tempos pedia as pessoas que não revelassem sua identidade, ensinou que deveríamos esconder as boas obras,  falar pouco de nós mesmos e considerar o próximo superior*. Não precisa refletir muito, é de Jesus mesmo que me refiro. Ele disse que a nossa mão direita não deve saber o que a esquerda fez. Como não falar de si em um mundo de completa vaidade? Ficou com medo de ficar para trás sendo assim?
Não quero consolá-lo dizendo que Deus o exaltará se você for humilde, mas contar que o seu caráter as pessoas conhecem mesmo que não diga nada. Ainda que não quisesse, você é uma carta viva, sendo lida todos os dias pelos que estão à sua volta. Quem está ao seu lado, vê a forma como você trata os faxineiros do seu trabalho, como você reage quando encontra uma posição contrária. Ainda que o seu perfil mostre você como um “bom moço”, ele não é capaz de alterar sua realidade.
Preocupe-se em agir de tal forma que, Aquele que vê todas as coisas fique satisfeito com sua conduta.  Talvez não haverá holofotes e nem parabéns, mas isso pouco importa quando Ele já viu tudo.
Referências
*Mateus 9.30-31; Mateus 6.1; Mateus 6.3; Filipenses 2.3
:: Érica Fernandes
E-mail: erica.fernandes@redesuper.com.br

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A abundante graça de Deus

ceu 4
Desde o Pentecostes, a igreja de Jerusalém, cheia do Espírito Santo, crescia em números e em graça. Permanecia firme na palavra e arraigada na oração. Tinha intimidade com Deus e simpatia aos olhos do povo. Adorava a Deus com entusiasmo e em cada alma havia temor. Nessa igreja havia uma liderança cheia do Espírito e um povo comprometido com a santidade. No capítulo 4 de Atos, somos informados que em todos os crentes havia abundante graça (At 4.33). Cinco verdades nos chamam a atenção na passagem em apreço.
Em primeiro lugar, abundante graça apesar de atroz perseguição (At 4.3). Os líderes da igreja estavam sendo encerrados em prisão e açoitados, não por que eram delinquentes e perturbadores da ordem social, mas por que pregavam o poderoso evangelho de Cristo. Uma igreja fiel sempre despertará a fúria do mundo. Uma igreja santa sempre incomodará uma sociedade rendida ao pecado. Porém, apesar de viver debaixo de opressão, a igreja tinha abundante graça, exuberante alegria e poderoso testemunho.
Em segundo lugar, abundante graça manifestada num ousado testemunho (4.8). A igreja dava audacioso testemunho do evangelho mesmo debaixo das ameaças mais ruidosas. Longe da igreja recuar e calar sua voz diante dos açoites e prisões, tornou-se mais intrépida. O apóstolo Pedro, cheio do Espírito Santo, deixou claro que a cura do paralítico (descrita no capítulo 3 de Atos) não era um prodígio realizado por seu próprio poder. Era uma obra soberana de Jesus, o mesmo que vencera a morte, ressuscitando dentre os mortos. Pedro não se concentrou no milagre da cura, mas anunciava a Jesus como o único que pode salvar o pecador. O milagre não é o evangelho, mas abre portas para o evangelho. Pedro não hesitou em proclamar no quartel general do Judaísmo que o Messias esperado era o Jesus que havia sido crucificado em Jerusalém e levantado da morte. Não há nenhum hiato entre o Cristo divino e o Jesus histórico. Ele é o Salvador do mundo.
Em terceiro lugar, abundante graça demonstrada em fervorosa oração (At 4.24). Enquanto a liderança da igreja é ameaçada pelas autoridades na frente da batalha, a igreja fica na retaguarda da oração. Longe desses crentes perderem a coragem e o fervor espiritual diante da perseguição, entregam-se à oração com mais fervor, sabendo que Deus é soberano e que até mesmo as ações mais perversas dos ímpios estão rigorosamente sob o controle de Deus. A igreja não pede cessação da perseguição, mas poder para testemunhar no meio da perseguição. A igreja não pede ausência de luta, mas oportunidade para pregar. Enquanto os crentes oravam, o Espírito Santo desceu sobre eles. A casa onde estavam reunidos tremeu e todos, com intrepidez, deram testemunho de Cristo. Não há poder sem oração e não há eficácia na pregação sem oração. A igreja precisa não dos aplausos do mundo, mas do poder do Espírito Santo. Precisa não do reconhecimento da terra, mas da intrepidez do céu.
Em quarto lugar, abundante graça revelada na plenitude do Espírito Santo (At 4.31). Quando a igreja orou, os céus se abriram, o Espírito Santo desceu e todos ficaram cheios do Espírito Santo. Antes desse revestimento de poder a igreja estava trancada por medo; agora, é trancada por falta de medo. Antes, eles temiam os açoites das autoridades, agora são as autoridades que temem a igreja. Uma igreja cheia do Espírito é irresistível. Ela não teme ninguém a não ser a Deus. Ela não foge de nada exceto do pecado. Um crente cheio do Espírito Santo pode até ser preso e algemado, mas se torna um embaixador em cadeias. Os homens podem prender a nós, mas jamais a Palavra de Deus.
Em quinto lugar, abundante graça comprovada pela visível generosidade (At 4.32). Uma igreja cheia de graça é apegada às pessoas e desapegada das coisas. Não retém os bens apenas para si; distribui-os com generosidade. Não acumula com ganância, mas distribui com generosidade. Ama não apenas de palavras, mas de fato e de verdade. Suas obras são o avalista de suas palavras. Prega não apenas aos ouvidos, mas também aos olhos!
:: Hernandes Dias Lopes
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Conhecendo a vontade de Deus

Sua vontade é boa, perfeita e agradável.
sol 3
Quando paramos para meditar na Palavra de Deus, encontramos vários versículos bíblicos que falam a respeito da vontade Dele para nós.
“E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2).
“Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança” (Jeremias 29.11).
E então começamos a pensar que alguma coisa está errada, porque muitos, quando olham para a própria vida, percebem tudo tão confuso, e a vontade Dele parece passar longe.
Em diversos momentos oramos da seguinte forma: “Senhor, que seja feita a sua vontade”. E de repente aquilo que tanto deseja não acontece. Aquela amiga em quem tanto confiava resolve me abandonar. Aquele rapaz por quem eu era apaixonada apareceu com uma namorada. Fui demitida do trabalho…
“Meu Deus, o Senhor não me ama. O Senhor não ouve as minhas orações… O Senhor gosta de me ver sofrendo? É isso? Não estou entendendo, Pai…”
E você começa a abrir portas para a murmuração, reclamações… Começa a contaminar as pessoas que estão ao seu redor. E, simplesmente, esquece a oração que fez: “Pai, faça a sua vontade em minha vida”.
Um dia Deus enviou seu Filho para andar aqui nesta terra, que não diferente de nós, Ele tinha sua própria vontade. Se você não sabe, a vontade de Jesus, muitas vezes, não era a mesma vontade de Deus, tanto que Ele orou dizendo: “Se possível for afasta de mim este cálice, contudo, seja feita a SUA VONTADE”. O próprio Jesus abriu mão da vontade Dele para fazer a vontade do Pai. E vimos que Ele fez uma excelente escolha.
Às vezes, você tem orado assim também, mas a impressão que se tem é que as coisas estão piorando. Mas saiba: se realmente você escolheu fazer a vontade DELE, Ele fará tudo diferente… E quando você menos esperar, verá o quanto foi bom para você aquela amiga ir embora, porque, afinal, ela não lhe aproximava de Deus, e agora você O tem buscado mais…
E quando você menos esperar, verá o quanto foi bom aquele rapaz iniciar um namoro, que isso só provou que ele não era para você, e que Deus tem para você alguém que estará disposto a lhe conquistar.
E quando você menos esperar, verá o quanto foi bom perder aquele emprego, porque hoje Deus abriu uma porta bem maior para você, onde você é reconhecida e valorizada pelo que faz.
E quando você menos esperar, verá o quanto foi bom ficar “sem dinheiro” durante um tempo, com isso, aprendeu a valorizá-lo mais e a observar o quanto você investia em coisas vãs.
Deus é tão perfeito, sabe exatamente do que precisamos para nos tornarmos pessoas melhores. E para viver a Sua vontade, às vezes, será necessário abrir mão do nosso conforto, dos nossos mimos, enfim, abrir mão de nossas vontades.
Ele deseja que cresçamos, que amadureçamos, e isso dificilmente acontecerá em um cenário de “festa”.
Para viver a vontade de Deus…  Abraão precisou sair da sua cidade e ir para um lugar que não conhecia.
Para viver a vontade de DEUS… Ana chorou, passou por grandes desafios, orou e viu Samuel nascer.
Para viver a vontade de Deus… Daniel precisou dizer não ao rei e experimentar um milagre junto aos leões.
Para viver a vontade de Deus… Ester precisou entrar na presença do rei, sabendo que poderia morrer.
Para viver a vontade de Deus…  José foi preso, porque fugiu do pecado.
E a bíblia nos deixa claro que para viver a vontade de Deus teremos que estar dispostos a encarar desafios. E você, o que precisa fazer para viver a vontade de Deus, hoje?
: Pr. Leandro e Aline Almeida 
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É possível ser íntegro vivendo em uma sociedade corrupta?

ladrão
A fidelidade é um apanágio do cristão, uma marca distintiva do crente. Num mundo regido pela ética flácida e situacional, somos chamados a viver com integridade inegociável, como luzeiros do mundo, andando de forma justa, sensata e piedosa. Vamos examinar esse momentoso tema da integridade inegociável à luz da vida do profeta Daniel.
1. Daniel, um homem íntegro a despeito de um passado de dor - Muitas pessoas abrem a guarda, deixam brechas no escudo da fé e transigem com os absolutos de Deus, quando cruzam os vales sombrios da dor. Nem todos permanecem fiéis quando são pressionados, provados e acuados pelas circunstâncias adversas. Daniel constitui-se num monumento da graça de Deus a mostrar-nos que é possível manter-se íntegro e fiel, a despeito das provas mais amargas, do sofrimento mais atroz. Daniel foi arrancado de sua pátria, da sua cidade, da sua família e levado cativo para uma nação estrangeira. Ele viu sua cidade ser saqueada e destruída por essa nação amarga e impetuosa. Ele perdeu sua liberdade, sua família e seu nome. Os caldeus só não puderam conquistar sua consciência nem assaltar a cidadela da sua alma. Ele manteve-se íntegro no cativeiro. Ele não se entregou a amargura nem se capitulou à idolatria babilônica. Mesmo sendo um adolescente, conservou uma ética granítica; mesmo submetido a provas extremas, conservou sua integridade inegociável.
2. Daniel, um homem íntegro a despeito de um presente de oportunidades e riscos - Nabucodonosor, rei da Babilônia, investiu em Daniel e seus amigos, matriculando-os na maior e mais conceituada Universidade daquele tempo, dando-lhes bolsa integral, comida de graça da mesa real e ainda garantia de emprego no primeiro escalão do governo mais poderoso do mundo. Aos olhos desatentos seria essa uma oportunidade de ouro, uma bênção singular. Mas Daniel percebeu que para alcançar tão generosos favores precisaria negociar a verdade, transigir com sua consciência e negar o seu Deus. Esse era um preço alto demais e Daniel, com sabedoria, humildade e determinação recusou-se a contaminar-se com as finas iguarias da mesa real. Ele percorreu com desenvoltura os corredores da Universidade Babilônica, sem vender sua alma ao diabo. Trocaram seu nome, mas não o seu coração. Daniel permaneceu íntegro a despeito do meio corrupto. Não é o ambiente que faz o homem, mas este aquele. O homem não é um produto do meio. Aqueles que são transformados por Deus e vivem para a glória de Deus podem brilhar na escuridão e manterem-se íntegros no meio da corrupção.
3. Daniel, um homem íntegro a despeito de um futuro de glória - Depois de três anos intensivos, na Universidade da Babilônia, Daniel foi submetido a exames meticulosos pelo próprio rei. Ele foi encontrado dez vezes mais sábio do que seus pares. Imediatamente, foi guindado a uma posição de honra no reinado de Nabucodonosor. Agora, novos perigos estavam diante dele: não mais a pobreza e a escravidão, mas a riqueza, o poder e a influência. Vivendo como uma ilha de integridade e cercado por um mar revolto de corrupção, Daniel não abriu mão dos princípios de Deus que haviam regido a sua vida desde a infância. Há muitos que pensam que o poder corrompe, mas o poder apenas revela os corrompidos. A corrupção não está no poder, mas no coração corrupto. É possível ser íntegro, mesmo cruzando os corredores do poder, mesmo galgando as posições mais elevadas no campo religioso, político e econômico. Daniel foi um homem fiel a Deus na escravidão e na liberdade. Ele foi fiel a Deus na pobreza e na riqueza. Foi fiel a Deus na juventude e na velhice. A Babilônia caiu e um novo reino se levantou; o reino Medo-persa. Mas Daniel continuou incorruptível e impoluto no meio de uma geração degenerada. A vida e o exemplo desse profeta, intercessor, político e estadista nos prova que é possível ser um crente íntegro no meio de uma geração corrompida e má. Que Deus nos ajude a viver a altura desse insigne exemplo.
Pr. Hernandes Dias Lopes

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Pelo fim de uma “Cultura da violência”

violência 1

Quando falamos sobre pessoas ligadas à criminalidade de forma genérica, sempre nos vem à mente uma imagem masculina. Por que isso acontece?

Na realidade, associamos mais facilmente a imagem masculina à criminalidade porque realmente existem mais homens vinculados às atividades marginais que mulheres, sendos estas últimas, em geral, mais ligadas às atividades marginais da prostituição e das drogas, bem como o submundo ligado a tais práticas.

Podemos afirmar que os homens estão mais ligados ao crime por várias razões. Em nossa cultura, a violência está associada a símbolos de masculinidade. Desde criança se tem uma expectativa de que o menino brinque com jogos de força e violência, enquanto a menina deve buscar atividades mais tranquilas e que reproduzam o estereótipo do papel feminino, isto é, atividades domésticas e de criação de filhos.

Pais estimulam que seus filhos homens façam demontrações públicas da masculinidade ligadas à força, como “brincar de lutar”, e gostam de “derrotar” os filhos como um sinal de “autoridade”. Também muitos homens, na educação de seus filhos, não sabem recorrer ao diálogo e impõem o aprendizado de comportamentos pela violência, criando um processo circular de aculturação pela violência.

Em vez de disciplinar o filho explicando-lhe a razão de estar sendo corrigido, um grande número de pais impõe castigos físicos aos filhos nos momentos em que estão com raiva, tornando a disciplina em agressão. O filho agredido aprende que pode intimidar o outro e obter certas condutas por meio da violência, o que faz com que se feche um ciclo de agredido e agressor, potencializando assim a violência social.

O psicólogo Carl Jung denomina a tendência masculina na mulher de animus, e a tendência feminina no homem, de anima. Para afirmar sua masculinidade, o homem suprime em maior ou menor escala sua anima e a mulher faz o mesmo em relação ao animus. Caso essa suspensão se dê de forma muito acentuada, criará indivíduos desequilibrados.

Em virtude da violência masculina, muitas mulheres sofrem maus tratos e na maioria das vezes passam anos sob uma escravidão silenciosa. É dever da Igreja ajudar essas mulheres proporcionando-lhes orientações seguras e encaminhando tais homens para tratamento. Quando esses não aceitam ser tratados, é preciso denunciá-los e dar todo amparo legal e estrutural para sobrevivência da mulher de forma independente do violentador. Infelizmente, muitas mulheres se sujeitam a violentadores por motivos financeiros.

Ajudar mulheres vítimas de violência não é promover desagregações familiares, mas sim resgatar o valor da pessoa, amada e valorizada por Deus. Neste sentido, a igreja tem voz e ação profética do mundo.

Para mulheres que têm esposos ou filhos encarcerados por causa de crimes violentos, a igreja é chamada a dar-lhes apoio e sustento – emocional e material – durante a ausência deles e a prepará-las para reinseri-los no seio da família quando a pena estiver cumprida.

Que o evangelho de amor e justiça penetre nossas vidas pessoais e familiares e que os relacionamentos familiares sejam adventos da nova criação, em que o leão e o cordeiro pastarão juntos e não mais haverá violência!

::Carlos Catito e Dagmar Grzybowski (Ultimato)
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O compromisso com o testemunho do evangelho

bíblia

O apóstolo Paulo menciona três disposições inabaláveis do seu coração em relação ao evangelho: “Eu estou pronto” (Rm 1.14); “eu sou devedor” (Rm 1.15) e “eu não me envergonho” (Rm 1.16). Temos aqui três verdades: A obrigação do evangelho: “sou devedor”; a dedicação ao evangelho: “estou pronto”; e a inspiração do evangelho: “não me envergonho”. Vamos examinar esses três compromissos com o evangelho.

Em primeiro lugar, eu estou pronto a pregar o Evangelho (Rm 1.14). A demora de Paulo em ir a Roma não era falta de desejo do apóstolo, mas impedimentos circunstanciais alheios à sua vontade. Esse atraso, na verdade, enquadra-se no sábio arbítrio de Deus, pois resultou na escrita desta epístola, que tem merecido o encômio de ser “o principal livro do Novo Testamento e o evangelho perfeito”. Paulo sempre esteve pronto a pregar. Ele pregava em prisão e em liberdade; nas sinagogas e nas cortes; nos lares e nas praças. Pregava na pobreza ou na fartura. Ele chegou a dizer: “ai de mim, se não pregar o evangelho” (1Co 9.16). Pregar o evangelho era a razão da sua vida.

Em segundo lugar, eu sou devedor do Evangelho (1.15). Há duas maneiras de alguém se endividar. A primeira é emprestando dinheiro de alguém; a segunda é quando alguém nos dá dinheiro para uma terceira pessoa. É no segundo caso que Paulo se refere aqui. Deus havia confiado o evangelho a Paulo como um tesouro que ele tinha que entregar em Roma e no mundo inteiro. Ele não podia reter esse tesouro. Ele precisava entregá-lo com fidelidade. Deus nos confiou sua Palavra. Ele nos entregou um tesouro. Precisamos ir e anunciar. Sonegar o evangelho é como um crime de apropriação indébita. O evangelho não é para ser retido, mas para ser proclamado. Ninguém pode reivindicar o monopólio do evangelho. A boa nova de Deus é para ser repartida. É nossa obrigação fazê-la conhecida de outros. Proclamar este evangelho em todo o mundo e a toda criatura não é questão de sentimento ou preferência; é uma obrigação moral; é um dever sagrado.

Em terceiro lugar, eu não me envergonho do Evangelho (1.16). Paulo se gloria no evangelho e considera alta honra proclamá-lo. Ao considerarmos, porém, todos os fatores que circundavam o apóstolo, nós poderíamos perguntar: Por que Paulo seria tentado a envergonhar-se do evangelho ao planejar sua viagem para Roma? Porque o evangelho era identificado com um carpinteiro judeu que fora crucificado. Porque naquela época como ainda hoje os sábios do mundo nutriam desprezo pelo evangelho.

Porque o evangelho, centralizado na cruz de Cristo, era visto com desdém tanto pelos judeus como pelos gentios. Porque pelo evangelho Paulo já havia enfrentado muitas dificuldades. Porém, a despeito dessas e outras razões, Paulo pode afirmar, com entusiasmo: “Porque não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16).

Hoje há três grupos bem distintos: Primeiro, aqueles que se envergonham do evangelho. Segundo, aqueles que são a vergonha do evangelho. Terceiro, aqueles que não se envergonham do evangelho. Em quais desses grupos você se enquadra? Qual tem sido o seu compromisso com a proclamação do evangelho? Que Deus desperte sua igreja, para que como um exército poderoso, cheio do Espírito Santo, se levante para proclamar com fidelidade o evangelho da graça. Pregar outro evangelho ou sonegar o evangelho é um grave pecado; porém, anunciá-lo, é o maior de todos os privilégios!

::Hernandes Dias Lopes

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Meu Deus, quantos livramentos!

maos de deus 

Para nós é tão normal acordar e fazer todas as atividades do dia, que não são poucas. À noite, vamos dormir e acordar novamente no dia seguinte. O relógio dá suas voltas e a vida segue. Nós realmente nos acostumamos a estar vivos e fisicamente intactos. Mas permita-me levar você a refletir em uma coisa:

Em todo o mundo, todos os dias, pessoas sofrem acidentes e morrem. Pessoas são envenenadas e morrem. Pessoas adoecem e morrem. Pessoas são assaltadas e morrem. Pessoas são abortadas e morrem ainda no ventre! Cada novo dia de vida é um presente.

Se você está em condições de ler esta mensagem é porque recebeu uma imensidão de livramentos em toda a sua história. Deus tem cuidado de você e isso não é uma coisa “comum”. É um milagre!

No primeiro versículo do Salmo 16, Davi pede a proteção de Deus: Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio”. Vejam que interessante. Davi era rei e um guerreiro experiente. Possuía provavelmente as melhores armaduras de sua época, excelentes armamentos de guerra e um numeroso exército à sua disposição. Todavia mantinha viva em sua mente a consciência de que mesmo com todos esses recursos, precisava da mão de Deus agindo em seu favor para permanecer vivo. A segurança de Davi era Deus, Seu refúgio eram as asas do Altíssimo (Sl 57.1)

Não podemos nos acostumar com as bênçãos de Deus. Não podemos achar que o Senhor tem a obrigação de nos proteger dos perigos desta vida terrena. Se Ele faz isso, é por causa de Seu amor e misericórdia. “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;” (Lamentações 3.22)

Feche seus olhos por um instante. Lembre-se de alguns momentos em que você poderia ter morrido ou mesmo prejudicado de alguma forma qualquer e o pior não aconteceu. Eu expus alguns, pois, lembrar de todos os livramentos é impossível, a maioria deles você nem sabe que recebeu.

Mas todos esses momentos tenebrosos de sua caminhada, percebidos ou não, a mão poderosa do Senhor te guardou. Por isso, agradeça todos os dias o privilégio de ser filho do Pai mais atento e protetor de todos: DEUS.

Meu Deus, quantos livramentos! Graças Te rendemos, Pai! Hoje e Sempre. Amém.

:: Thais Monteiro
@thaissmbrum
Lider de Louvor e Adoração na Igreja Metodista em São Pedro de Alcântara – Pádua /RJ
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A Trajetório da Fé
       A Bíblia faz notórias revelações sobre homens de fé.
Entre eles, Moisés, que falou e agiu
de forma extraordinária; Abraão,
que é chamado pai da fé; Elias, que orou
e veio fogo do céu; Eliseu, seu sucessor,
que igualmente foi usado poderosamente
por Deus; e tantos outros. Todos agiram por fé,
porque sem fé não há resultados.



  A vida cristã é centrada na fé: “o justo viverá pela fé”, Hb 2: 4; “Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé”, 1Jo 5: 4.

Tipos de fé

A fé natural se constitui num elemento puramente humano. Essa fé é daquele que crê que Deus existe, mas nele não deposita confiança. Qualquer pessoa pode possuí-la, independente de ser cristão ou não. É a fé que o agricultor tem quando semeia o trigo, o arroz, o feijão, com a esperança de que vai nascer. Satanás também acredita que Deus existe e tem poder, Tg 2: 19.

A fé salvadora nasce no coração pelo ouvir a Palavra de Deus. Leva o pecador a arrepender-se, a aceitar a salvação gratuita oferecida por Cristo e as promessas divinas acerca da salvação: “Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo”, Rm 10: 17; “Vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus”, Ef 2: 8.

A fé como resultado do fruto do Espírito é uma das qualidades do caráter cristão produzida pela santificação. É uma fé que expressa fidelidade e que justifica: “Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”, Rm 5: 1. A fé que atrai o amor de Deus ao coração: “e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo...”, Rm 5: 5.

A fé como dom do Espírito é um equipamento sobrenatural, que concede ao crente poder de confiar em Deus nas ocasiões em que só um milagre pode alterar a situação. É um poder extraordinário de confiança no Senhor, capacitando para se valer dos recursos do poder divino. É um alto grau de fé, no poder e na misericórdia, mediante a qual até milagres podem ser operados, Hb 11: 32-34. A fé como dom permitiu que os perseguidos e os mártires fossem sustentados e se mostrassem perseverantes até o fim, At 5: 40-42.

Este dom capacita o crente a confiar quando tudo está aparentemente perdido, sem a mínima esperança de uma solução, atua visando fazer triunfar a vontade de Deus. Aqui, o impossível se torna possível, o abstrato se torna concreto, o invisível se torna visível, e o absurdo se torna uma possibilidade. Para Deus nada é impossível.

Considerações importantes sobre a fé

Distinguindo fé como dom e como fruto. A fé como fruto do Espírito é uma ação de Deus em nós, e a fé como dom espiritual é uma ação de Deus através de nós. A fé como fruto representa a crença incondicional em Deus. A fé como dom significa aquele poder sobrenatural de solicitar a intervenção divina de modo a gerar um ambiente propício para que Deus opere e transforme a situação.

Distinguindo o dom da fé, do dom de milagres. Embora o dom da fé se assemelhe ao dom de milagres, existe uma distinção importante. Exemplo: se, ao ser lançado na cova dos leões, Daniel tivesse causado a morte dos leões, isso poderia ser entendido como dom de operação de milagre; no entanto, ao permanecer no meio desses famintos e ferozes animais sem sofrer nenhum dano, Daniel evidenciou o dom da fé. O profeta demonstrou, pela sua aparente passividade, toda fé que depositava em Deus.

A diferença entre os dois dons é que, enquanto o dom de milagres requer uma ação concreta, o dom da fé se caracteriza pela atitude aparentemente passiva do crente.

O dom da fé não depende do nível de maturidade dos demais tipos de fé e tampouco pode substituí-los. Em 1Reis 18, o profeta Elias revelou um grau extraordinário de fé ao demonstrar uma inabalável confiança na intervenção de Deus diante do desafio dos profetas de Baal. Em 1Reis 19: 2-3, vemos sua fé falhar, ao fugir por cauda das ameaças da rainha Jezabel. Preservado e protegido pelo Senhor, nos tempos seguintes Elias pôde contemplar a vitória.

A fé e seus desdobramentos

Mateus 17: 14-20 está nos convocando a uma dimensão de fé a que não estamos acostumados. Ou nos esquivamos, ou tenhamos a coragem espiritual de assumirmos que é para hoje e para nós. Este acontecimento é mais bem explicado à luz de Marcos 9.
Jesus estava no monte da transfiguração com Pedro, Tiago e João. Ao pé do monte, os demais discípulos estão num bate-boca com os fariseus sobre doutrina, e são interrompidos pelo pai de um garoto possesso, que os discípulos não conseguem libertar. Então vem Jesus e expulsa. Seus discípulos então o questionam: “Por que nós fracassamos?”, Jesus explica que eles têm uma fé pequena.
A hipérbole é uma comparação exagerada que se usa para se ensinar um conceito, como: “as cidades são grandes e muradas até o céu...”. São ensinos que, na verdade, falam de problemas da vida. Jesus usa uma hipérbole para ensinar sobre a fé. Até que ponto minha fé, a minha caminhada com Deus, tem esse lado prático? Até que ponto minha fé me ajuda a derrubar as barreiras e não me deixa retroceder?
Estamos vivendo um Cristianismo exageradamente frio, metódico, racional, ritualístico, cerebral que nos impede de remover as montanhas. Hebreus 11 é uma descrição da fé, não uma definição. Fé não é um poder dirigido a Deus. É uma convicção no caráter de Deus. Digo isso por que:
A fé é proporcional à nossa integridade moral, v. 17: “Geração perversa...”. Perversão é um desvio moral, sinônimo de maldade, desvio de caráter, falência moral. Nossas faltas nos limitam, cedemos pequenas brechas, “permitimos areia na engrenagem”, abrimos pequenas concessões para o mal.
O que dá integridade é a pureza que traz paz e que dá ousadia diante de Deus. Parece que estamos presos por uma bola de ferro nos pés e não conseguimos caminhar. Essa bola é a falha do caráter, é fruto do pecado. Você não poderá ser intercessor, porque cada vez que chegar diante de Deus, chegará cabisbaixo, agoniado para pedir perdão.
A fé é proporcional à nossa integridade espiritual, v. 17: “Oh! geração incrédula...”. Incredulidade não é fé pequena, é ausência de quebrantamento. Nossa moral determina nossa doutrina, e isso endurece o nosso coração à voz do Espírito Santo. A fé é composta de quebrantamento; o diabo crê e estremece, mas não se quebranta e Deus quer gente quebrantada.
A fé é proporcional à nossa capacidade de experimentá-la, v. 9, 14. Ao descer do monte, tiveram uma experiência fantástica de fé. Fé é a nossa ousadia em colocá-la em prática. Fé não é acreditar Que, mas Em Deus. Fé é descer do monte para o vale e dizer ao demônio: “Sai em nome de Jesus”.
A fé é proporcional à nossa intimidade com Deus. Vamos ser sinceros: nossa fé é pequena, porque não conhecemos bem a Deus. Conhecer a Deus gera confiança nele, Jó 19: 25-27; Dn 3: 17. Paulo disse: “Eu sei em quem tenho crido, e estou bem certo que é poderoso para guardar o meu tesouro até o dia final”. Assim, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó precisa ser o seu Deus.
 Conclusão
Como começo esse processo que conduz a uma nova dimensão espiritual? Através de uma decisão radical: vou mudar de vida, quero aplainar caminho, endireitar veredas ao Senhor. Quebrante seu coração diante de Deus, Sl 32, 51. Disponha-se a praticar a sua fé e coloque toda a sua confiança no caráter de Deus.
                        
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Rubens Goulart da Silva
é membro da IPR de Utinga, Santo André, SP

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Vida cristã é pura doação

Sucesso

A sociedade contemporânea está presa a um ciclo hedonista de prazer: o ganhar, investir e gastar!  E o problema não acaba ai. O mundo hedonista que vivemos não corre por vidas, pelo evangelho, por uma causa nobre, por uma missão ou pela salvação. Os homens correm desesperadamente por si mesmo, mais do que nunca percebemos que estamos em uma frenética corrida para ser e ter e que, em diversos casos, os meios justificam os fins, e muitos pensam que serão mais felizes se conseguirem ter mais.   Entenda algo definitivamente: patrimônio e satisfação não são sinônimos. Pesquisas já provaram que o índice de depressão, suicídio e desestruturação familiar é muito mais alto nos países ricos do que nos países pobres, e o mesmo se aplica aos bairros mais ricos e mais pobres das cidades e regiões brasileiras.

Temos outro agravamento, nesta constante necessidade de transformação tecnológica, econômica e social que vive o homem pós-moderno, exige uma resposta rápida e muitas vezes vamos nos afastando de Deus gradativamente, rejeitando o sagrado e exaltando o profano, mudando as leis naturais da vida. Alguns hedonistas e pseudos ateus de plantão chamam isso de evolução da humanidade, eu prefiro ficar com a sentença de Pitágoras: “A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar é, aproximar de Deus”.  

Progresso e desenvolvimento científico, humano ou social que deixa Deus de fora eu prefiro chamar de regressão humana, vamos ficando literalmente cada vez mais desfigurados da imagem e semelhança do Criador, o qual nos criou. Diante dessa dupla realidade da nossa estressante e alucinada corrida por nós mesmos e o gradativo distanciamento de Deus, nos tornamos cada vez mais individualistas e centrados em nós mesmos.

Conseguimos investir uma verdadeira fortuna para tentar retardar os efeitos do envelhecimento em nossos corpos, gastar muito dinheiro nos pets e automóveis, mas não conseguimos matar a fome dos que precisam comer e sobreviver. Tornou-se comum caminharmos pelos grandes centros urbanos e nos acostumarmos com as paisagens, com a corrida diária já não notamos mais o belo e o feio, e isso diz respeito até mesmo aos que sofrem às margens da nossa linha de corrida. Jesus falou e viveu para todos, em especial para o próximo.

O amor e a fraternidade é resposta de Deus para este mundo individualista.  A vida cristã é pura doação! A igreja cristã nasceu sobre esta base; por isso, Paulo escreveu reafirmando as Palavras de Cristo: “Lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: ‘Há maior felicidade em dar do que em receber’” (Atos 20.35). Quando Paulo também escreveu: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito” (Romanos 12.2), há um grande clamor para que nos comportemos de maneira diferente da mentalidade do mundo.

É por meio da Palavra que somos constantemente convidados a uma radical transformação. A deixarmos nossos corpos transparecerem a presença do Espírito Santo que nele reside (1 Co 6.19). Ao aprendermos a grande dinâmica do Evangelho de que quem perde ganha (Mt 16.25), estando sempre disponível a ceder o primeiro lugar aos outros (Lc 14.10) a melhor cama, a melhor roupa, o melhor livro. Principalmente, estejamos sempre prontos a perder a ideia para os outros, porque todos são mais dignos de estima do que nós (Rm 12.10); a buscar sempre o mais difícil, abençoando a quem nos persegue (Rm 12.14) e estando próximo daqueles que mais nos são pesados. Só conseguiremos viver estes valores se vivermos para doação e para a solidariedade, sem interesses religiosos ou espiritualistas, mas sim por pura gratidão, porque Cristo já fez tudo por nós! Somos apenas servos devedores.

Procuremos de todas as formas amar, porque fomos amados primeiro, quando ainda éramos pecadores (1Jo 4.19).  Por isso, convido todos a abraçarem a ação em prol do GACC, um exemplo de puro amor e doação para com as crianças que sofrem a dura realidade do câncer e seu tratamento tão difícil rumo à fé e a esperança da cura completa.

Que os corações sejam renovados pela boa nova do Senhor, como premissa de um novo Céu e de uma nova Terra. Enfim, não nos cansemos de ficar pobres para enriquecer os outros; de nos fatigarmos para descansar os irmãos; de amarmos para suprir a carência de amor do ser humano e de evangelizarmos para transformar o mundo, pois reconhecemos na Palavra a verdadeira força do amor misericordioso do Pai, que nos chama à conversão e transforma o mundo. Corramos, não por nós mesmos. Mais do que nunca é necessário evangelizar para transformar. Sejamos evangelizadores apaixonados por Deus, afinal, de graça recebemos sua misericórdia e de graça queremos dar (Mt 10. 8).

Como disse o nosso Salvador e Mestre Jesus: “Não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.28). E não se esqueça: “Uma pessoa só pode receber o que lhe é dado dos céus” (João 3. 27). Receba o amor de Deus e doe o amor Dele sem parar, através de puros atos de doação!

 :: Pr. Carlito Paes

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Igreja sal e luz

LUZ 1

É fácil ver que a humanidade hoje é cativa de uma estrutura que cresce sistematicamente. Cadeias imaginárias, porém, eficazes, aprisionam toda a ordem social, política, educacional e financeira, independente de nação ou cultura. A miséria, corrupção e muitos interesses econômicos, centrados na ganância e desejo de poder, sugam as nações com impostos abusivos e a imposição de consumo de toda sorte de produtos. Além disso, existe também um alto índice de criminalidade, que faz os homens de bem e paz, assim como toda a população, reféns do medo e do silêncio, em uma crescente insegurança. A tecnologia dominada por cerca de uma dezena de grupos mundiais é o grande atrativo que anestesia a todos com celulares, Iphones, Ipads, computadores, cinema e televisores. O entretenimento fácil e fútil, principalmente no ambiente digital de multimídia, traz as modas e tendências. Todos disseminam ideias orquestradas na direção de fazer da sociedade um ambiente cada vez mais instável, apático e hostil, mesmo sendo este fantasiado de confortável, inteligente, feliz e prazeroso. O mundo globalizado é cada vez mais plano, como afirma Thomas Friedman. As barreiras físicas entre as nações podem ter aumentado, mas a interatividade e fluxo de informações, costumes e ideias são cada vez maiores, promovendo uma revolução cultural sem precedentes.

Os governos estruturados debaixo da sombrinha de diferentes ideologias tentam amenizar tudo isso com políticas e promessas, que acabam em projetos sociais pífios, que mais parecem uma colher de leite em pó na boca de um moribundo. A cada dia aumenta a pobreza e com ela a violência. Crianças carentes e a fome são dilemas sem fronteiras. A sede por consumo cria necessidades sem fim, principalmente nas classes mais carentes que não têm renda, o que faz com que a criminalidade aumente, criando uma luta crescente e sem fim. A busca incontrolável pelo prazer faz com que males como drogas, alcoolismo, prostituição se tornem mazelas que assolam as famílias. Como declarou Dante Alliguierry, na renascentista Divina Comédia: o inferno é aqui e agora. Quando a igreja cristã surgiu no primeiro século, na pequena província romana da Judéia, a pobreza, corrupção política, interesses econômicos já eram centrados na ganância dos imperadores que sugavam a terra com os mesmos impostos abusivos que vemos hoje, assim como a criminalidade já era presente. Salteadores e ladrões, assim como hoje, também geravam insegurança.

No ano 67 d.C, Tito invadiu a Palestina e destruiu Jerusalém. A desgraça e as mazelas sociais ampliaram-se. A condição humana que se seguiu com os altos níveis de pobreza, de escravidão, seguida de rebeliões, guerras entre generais, resultou por fim na queda do império Romano, quando a humanidade estava em seus mais baixos níveis moral, espiritual e econômico. A terra estava arrasada. No meio de toda esta contingência cresce a igreja. Porém, ontem e hoje, podemos afirmar que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”, como declarou Jesus. Apenas 300 anos depois de seu início na cruz, a igreja já se tornou a instituição de maior influência em toda a história. Nenhum conteúdo de ideias, filosofia, ensinamentos, culturas e práticas de vida, tive maior relevância e foi mais expressivo no desenvolvimento da humanidade do que o cristianismo. Até os dias de hoje, mesmo que os céticos pensem ao contrário, são imensuráveis tudo que já se escreveu, cantou, pintou e analisou acerca da fé cristã. Só no século vinte, Jesus Cristo ainda é a maior fonte de inspiração cultural. Ícones universais como os Beatles, que alegaram ser mais famosos que Jesus, já apagaram suas luzes de fama, enquanto Jesus continua em alta. Em todos os países do mundo, mesmo em lugares de trevas como no solo do Islã, a igreja em algum lugar, mesmo que secreto, marca sua presença. Em diversas ocasiões, a igreja pareceu ser refém de situações político-sociais ou econômicas, que pareceu ser uma ameaça à sua existência ou tentou enfraquecer a sua força. Porém, quando vemos com uma lupa a história, nota-se claramente que a o povo de Deus e a fé cristã, apesar das distorções tanto evangélicas quanto católicas, reinventou-se e sobreviveu como instituição, e principalmente, sempre retomou sua força em um novo contexto, não somente de práticas, mas de entendimento e compreensão da fé e da vida.

Hoje a igreja vive uma destas épocas. A prática do cristianismo passa por um de seus maiores desafios. O humanismo, filho do renascimento do século XVI e XVII cresceu e tornou-se adulto no século XX e no século XXI se estabeleceu como centro da existência humana, fazendo da vontade o motor propulsor das ações que se sobrepõe a princípios de fé e valores, que influenciam desde a maneira de criar um filho à gestão do tempo e recursos que buscam a riqueza e o prazer a qualquer preço. Esta conjuntura corrompe todas as classes, em qualquer lugar, em qualquer país, não importando a cultura. A igreja, infelizmente, neste contexto, se esvaziou de duas de suas maiores características: ser SAL e LUZ.

Sal fala do sabor – Recentemente na casa de irmãos no Chile, alguém trouxe um pão quentinho. Assim que todos avidamente repartiram o bocado, levado à boca para comer, alguém logo disse: não tem sal, com o que todos concordaram. O sal dá um sabor definido ao alimento, e não apenas isso, realça os demais sabores. Sódio, que é um dos componentes do sal (cloreto de sódio), tem a capacidade de agregar-se com facilidade a outras substâncias, realçando-as e transformando-as. Todas as comidas sem sal têm o mesmo sabor. Um assado ou um arroz parece ter o mesmo sabor: sem sal. A igreja tem, sobretudo, esta função: restaurar o sabor de Deus no mundo.

Sal fala também da conservação. Os alimentos se deterioram facilmente pelo calor e processos químicos que lhe encurtam a vida útil. Entretanto, quando se coloca sal, estes processos são retardados e resultam em uma considerável sobrevida. O mundo que está apodrecendo carece de sal. O processo de deterioração tem que ser estancado pela atividade salgadora do povo de Deus. Isso acontece quando vivemos e pregamos a verdade de forma verdadeira, algumas vezes ardidas para o mundo, mas extremamente necessárias para manter a essência.

Sal fala ainda de valor. Na época em que Jesus usou esta metáfora, o sal tinha muito valor. A palavra latina salarium era usada para mensurar o quanto em ouro, prata ou sal, receberia um soldado romano por cada dia de trabalho. Em algumas províncias era usado o sal com mais frequência do que o ouro, como moeda de pagamento, pois o mesmo, nas devidas proporções era também extremamente raro e valioso. Isto remete ao quanto somos preciosos para Deus, e na medida em que salgamos agregamos este valor a tudo e todos. Principalmente às vidas que nos cercam.

Por fim, sal também tem a conotação de algo que promove saúde. É um instrumento de cura. Somos sal que leva cura a este mundo, a cura de Deus. O sal, portanto, que tem propriedades purificadoras, cura purificando.

Quanto à luz, entretanto, é inegável que a sua maior característica é de ser a única coisa com propriedades físicas que exterminam as trevas. Hoje existem quase sete bilhões de almas no mundo, e uma grande maioria está em escuridão espiritual. A maioria dessa população está na Ásia. São influenciadas milenarmente por filosofias e religiões animistas e espiritualistas, que divergem da fé cristã que temos recebido. Budismo e confucionismo anestesiam a alma, enquanto o islamismo também o faz, mas também agrega o ódio e a morte como ingredientes na busca de salvação. Trevas.

A luz não apenas extermina a escuridão, mas dá visibilidade. Onde há luz, o que é alcançado por ela, torna-se visível e nada pode ficar escondido. Quando existe luz é fácil encontrar o que está perdido e o que não falta  no mundo é gente perdida. Quem é luz e tem a luz, vai encontrá-los.

A luz também mostra o caminho e a direção. Quando temos nossos passos iluminados sabemos para onde ir. Por isso, o caminho do justo é como a luz da aurora, que vai brilhando sempre mais e mais até ser dia perfeito. Por esta razão é fácil seguir um justo, porque seus passos são claros, visíveis e previsíveis por causa da luz.

E por último, a luz define a beleza. No escuro tudo é feio e irreconhecível. No escuro só se vê o que se quer ou o que se consegue ver. Mas a luz realça os valores e a formosura de todas as coisas, por isso, somos luz para iluminar as vidas e ver o que há de melhor em cada uma delas. Sejamos, pois, sal e luz, mesmo em um mundo sem sabor e em trevas.

O evangelho de Cristo Jesus é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer”. (Romanos 1.16). Só por ele o mundo será transformado!

:: Asaph Borba

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