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quarta-feira, 4 de março de 2020

Criança desejava vingar pai cristão perseguido no Laos


Após encontro com Jesus, jovem entendeu a necessidade de compartilhar o evangelho
Ouk é um dos alunos de violão que vivenciou as consequências da perseguição aos cristãos no Laos
Ouk é um dos alunos de violão que vivenciou as consequências da perseguição aos cristãos no Laos
A Portas Abertas contou a história de três jovens cristãos do Laos, Ouk*, Pern* e Somphong*. Eles participam de um projeto onde aprendem a ler partituras e tocar instrumentos, com o objetivo de ministrarem os louvores nas igrejas que frequentam. No total, 14 alunos na faixa etária de 14 a 30 anos aperfeiçoam os talentos em uma casa simples, mas que oferece alguns riscos, já que um vizinho é policial e outro é chefe da vila.
A coordenadora Naomi* explica que a intolerância religiosa prejudica as aulas, como a de canto. Ela não pode dar exercícios de voz adequados, porque é arriscado cantar alto. “Quando realizamos treinamentos aqui, precisamos ter cuidado. Se eles descobrirem que também estamos ensinando a Bíblia, além dos outros treinamentos, eles nos reportarão às autoridades”, afirma.
Os alunos também têm experiências com a perseguição nos vilarejos em que residem. Muitos deles acreditam que a música é uma das formas de alcançar e compartilhar o evangelho com as pessoas. Porém, nem sempre o desejo de falar sobre Cristo prevalecia no coração de alguns cristãos. Ouk, por exemplo, tinha anseio de vingar a perseguição enfrentada pela família. “Minha mãe costumava me dizer que, quando meu pai estava preso, a polícia o enterrava no chão. Eles o cobriam do dedo do pé ao pescoço, deixando a cabeça emergindo da terra, enquanto o interrogavam e exigiam que ele negasse a fé em Cristo”, conta o jovem.
Solo fértil para vingança
De acordo com Ouk, ele só viu o pai quando tinha sete anos. O menino tinha dúvidas da real existência dele e não conseguia compreender porque ser cristão era um motivo para levar uma pessoa para a prisão. “Como eu era muito pequeno, não entendia o que eram as boas-novas, porque meu pai tinha essa devoção muito forte a Cristo e compartilhou o evangelho com tanto fervor. Eu queria ser um cara mau, um gângster ou alguém que pudesse tirar meu pai da cadeia."
O ódio no coração de Ouk só foi vencido quando ele teve um encontro pessoal com Jesus, por volta dos nove anos. “Em vez de ser um gângster, ele me disse para ser um cara melhor que compartilha o evangelho. Deus não quer que eu seja um justiceiro, mas um líder cristão”, testemunha. O pai do jovem foi solto, mas a hostilidade com os seguidores de Jesus continuou. "Meu tio e a família dele foram convidados a parar de pregar o evangelho, mas se recusaram a obedecer. As autoridades dispararam armas, envenenaram a comida e queimaram o campo de arroz dele, mas todos ficaram bem”, conta.
Uma das experiências mais marcantes para Ouk foi quando ele viu um cristão morto em frente à igreja. Ele foi assassinado pela polícia após retornar de uma escola bíblica na Tailândia. “Diante do cadáver de nosso irmão, vi como nossa igreja adorava implacavelmente a Deus. Ela continuou louvando ao Senhor, apesar da perda. E isso me deixou mais comprometido com Cristo”, completa. (Essa história continua).
*Nomes alterados por segurança.
por Portas Abertas

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