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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Cresce o número de igrejas multirraciais nos EUA


Segregação histórica causou o surgimento de “igrejas de negros” e “igrejas de brancos”

  Mosaix Global Network. (Foto: Adelle M. Banks)

Os EUA tem uma história de segregação racial que foi quebrada por uma igreja fundada na famosa Rua Azuza pelo pastor William Joseph Seymour, o primeiro espaço daquele país onde brancos e negros podiam orar de mãos dadas.
A segregação, porém, fez com que o país tivesse divisões como igrejas de negros e igrejas de brancos, algo que permanece hoje ainda que a razão não seja uma proibição da lei, mas sim pelas raízes históricas.
Segundo uma reportagem especial do Religion News, as igrejas multiétnicas estão crescendo nos EUA, trazendo consigo questões positivas e vários desafios para seus líderes.
O fenômeno atende também para a realidade dos EUA cada vez mais repleto de imigrantes das mais diferentes regiões do mundo, com histórias e culturas que não eram respeitadas ou inclusas nos cultos.
Diante disso, um pastor de uma igreja em Atlanta adaptou seus cultos multiculturais para que suas orações, ilustrações de comida e sermão incluíssem não apenas tradições de negros e brancos, mas também as de um membro da Índia, que notou que sua cultura não era reconhecida.
Essas igrejas se reúnem através da Conferência de igreja multiétnicas que aconteceu no final do ano passado com líderes de grandes e pequenas igrejas de várias partes do país.
O objetivo é mudar o fato eternizado por uma frase histórica de Martin Luther King Jr que dizia: “as manhãs de domingo são o horário mais segregado da semana nos Estados Unidos”, se referindo aos cultos onde brancos e negros não usavam os mesmos ambientes.
Em 1998, 6% das congregações de todas as religiões nos EUA podiam ser descritas como multirraciais; em 2019, de acordo com descobertas preliminares, 16% cumpriram essa definição.
Nesse período, as principais congregações multirraciais protestantes aumentaram de 1% para 11%; seus colegas católicos aumentaram de 17% para 24%; e as congregações evangélicas protestantes multirraciais aumentaram de 7% para 23% (nos EUA igrejas ‘protestantes’ são as tradicionais como Metodista e Luterana e as ‘evangélicas’ são as pentecostais e neopentecostais).
Outro dado citado pela reportagem é o crescimento do número de pastores negros que lideram igrejas multirraciais. De 1998 a 2019 o número de negros liderando essas igrejas cresceu de 4% para 18%, de pastores hispânicos o número foi de 3% para 7% e de pastores brancos de 87% para 70%.

Desafios para pastores

Líderes e observadores de igrejas multirraciais dizem que as congregações passam por estágios. Em tempos tensos, alguns terão membros que abandonam enquanto outros se inclinam.
Desentendimentos podem surgir sobre raça, política ou música. Algumas congregações não podem superar essas divisões e fechar.
Korie Edwards, professora associada de sociologia da Ohio State University entrevistou pastores negros que se sentem desvalorizados pelas denominações e também pelo seu próprio grupo racial.
Discutir questões raciais também são tabus para os pastores, como foi com um pastor asiático-americano que lidera uma igreja multiétnica que ficou com medo de comentar na igreja sobre o caso do jovem negro desarmado que foi morto por um policial branco.
por Redação Gospel Prime

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