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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Evangelho não é coaching



Em alguns cultos não se fala mais de pecado, de vida eterna, de tomar nossa cruz a cada dia diante do fardo da vida, de se compadecer com os mais necessitados.

Resultado de imagem para Evangelho não é coaching  Domingo passado, eu tinha ido a uma mega-igreja em San Diego, na Califórnia. O louvor foi excelente, mas a pregação para mim, foi triste demais, e semelhante ao que tenho visto em muitos templos atualmente aqui no Brasil, como um modismo que parece que veio para ficar.

É o culto onde se vê uma pregação que parece um mero coaching. Coaching, para quem não sabe, é uma palavra em Inglês que define um processo de desenvolvimento humano, pautado em diversas ciências e técnicas para auxiliar as pessoas e empresas no alcance de suas metas, no desenvolvimento acelerado e, em sua evolução contínua. E hoje, tem coaching para tudo. Virou uma febre.
Neste tipo de pregação, Deus vira um mero propiciador para me dar um UPGRADE que preciso ter nas áreas da minha vida. Se meus negócios não prosperam, basta eu colocar Deus como “parceiro”, que tudo irá de vento em popa. Se sou um cara sem amigos e retraído, basta colocar Deus na coisa, que amanhã serei o homem com mais networking que existe.
Geralmente, pegam-se 2 ou 3 versículos bíblicos, para se dizer que há uma base bíblica, e praticamente é só. O resto são apenas dicas de como posso melhorar minha vida, a partir de proposições, que, no fundo, são meros sensos comuns de uma sociedade de consumo como a nossa, no estilo “fast-food”.
Em resumo, é uma pregação nitidamente INDIVIDUALISTA e ANTROPOCÊNTICA, onde dificilmente o pregador vai confrontar os ouvintes a partir dos valores do Reino. Fica parecendo uma mera pregação zen, feita sob medida, parecida com muitos destes livros rasos de auto-ajuda que se vendem aos montes nos nossos dias.
Porém, o Evangelho é algo bem diferente. Em cultos como estes que me refiro não se fala mais de pecado, de vida eterna, de tomar nossa cruz a cada dia diante do fardo da vida, de se compadecer com os mais necessitados. Esquece-se que o Evangelho não é fácil, não é um “oba-oba”. Por isso, o próprio Jesus nos adverte que a porta é estreita, em Mateus 7:13.
Concluindo, penso que é mais que hora de REPENSAR, REIMAGINAR a igreja no Brasil e seu papel, sob pena dela a cada dia se tornar algo mais irrelevante para muitos, já que terá perdido a essência do que é ser sal e luz para este mundo.
A função do sal é dar sabor à comida, mas o sal que tem muitas impurezas perde essa qualidade. O sal sem sabor é jogado fora porque é inútil (Mateus 5:13). Por sua vez, nossas vidas devem iluminar todos à nossa volta. Não podemos esconder o amor de Jesus. Não devemos apagar o Espírito (1 Tessalonicenses 5:19). Precisamos deixar que ela brilhe em tudo que fazemos. Que assim seja!

Leandro Bueno

Procurador da Fazenda/Professor. Membro da Igreja Presbiteriana do Brasil

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