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quinta-feira, 6 de abril de 2017

A idolatria gospel tem que acabar!



 Portanto, meus amados, fugi da idolatria. (1Coríntios 10.14)

Não farei uma afirmação com 100% de certeza, mas uma confissão segura: tendo a acreditar que o maior problema na relação entre Deus e o ser humano está na questão da idolatria. Desde o Éden, vemos um ser humano se ensimesmando quando o divino se revela clarividentemente suficiente a ele, tornando toda e qualquer outra coisa ou ser como obsoletos e desprezíveis, se comparados com a glória de sua presença, amizade e amor. Mas me parece que nós humanos sempre decidimos optar pela inimizade para com o Criador e fazemos o uso do elemento idolátrico que tanto o ofende como método principal de abandono, rebelião e negação do seu santo Nome.

Portanto, a questão da idolatria com toda a raça humana e não apenas com os crentes, já vem do berço da existência – o buraco é bem mais embaixo.
Porém e a despeito disso, quando alguém é tocado pela graça de Deus e nasce de novo, algo essencialmente deve modificá-lo interna e externamente: os seus olhos saem de si e fitam-se exclusivamente na pessoa de Cristo.
A nossa adoração, admiração, anseio e alegria se encontram no encontro vivo com o nosso Salvador, que também tornou-se Senhor Soberano após ressuscitar dos mortos. Antes, amávamos a nós mesmos mais do que a tudo (egolatria); mas, agora, após descobrirmos que fomos amados quando ainda pecadores, somos constrangidos por este santo amor a amá-lo sobre todas as coisas, começando sobre nós mesmos.
Somos chamados não para “idolatrarmos” a Deus (pois isso é uma heresia séria, ofensiva e infinita, pois o reduziríamos à subtilidade de “ídolo”, como qualquer outro existente na terra), mas somos atraídos ao Reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção pelo seu sangue e a liberdade para servirmos, honrarmos e amarmos ao único Deus que é digno de tal. Fazemos isso não por imposição do medo ou da religião, mas porque entendemos que o Deus vivo e verdadeiro é santo e nos enche de admiração e temor por ele mesmo, de modo que, reverentemente, o adoramos e nos alegramos em sua doce e preciosa presença.
Mas quem não entende a graça presente, acaba por viver fora da realidade da conversão, fazendo para si ídolos que podem ser tanto eles mesmos como outras figuras, imagens ou personalidades.
E nisso estamos perecendo emocional e espiritualmente.
Preste atenção no que vou dizer: o problema não é existir um Thalles Roberto ou uma Priscila Alcântara, nem mesmo uma banda tão boa como é o Oficina G3. O problema é existir “fãs” destes músicos e cantores.
Você é “fã” de um cantor gospel? Isso é bizarro. Cantores gospel não deveriam lidar com isso; não deveriam aceitar uma realidade onde existe-se de fato “uma legião de fãs que os seguem”. Não!
Um verdadeiro cristão não é “fã” de ninguém. Um cristão nascido de Deus é alguém que descobriu pelo evangelho que é e sempre será um ninguém sem a sua graça, e todo aquele que se diz ser alguém sendo alguém sem a graça [sem graça], é mais um ninguém tentando fazer barulho por aí, no intento de atrair atenção para si.
Fiquei sabendo do episódio da Priscila Alcântara indo a um show secular e achei (o episódio em si) simplesmente cansativo, porque a Igreja precisa trabalhar a moralidade e a maturidade das pessoas no seu dia a dia, e não pela internet. Vou te contar um segredo: a Igreja avança é com a pregação do evangelho, a unidade do Corpo e através da fidelidade dos cristãos e não pelas polêmicas semanais que brotam “misteriosamente” nas redes sociais.
Eu, no passado, já fui um “fã” de artista gospel, mas já me arrependi deste autoengano. Digo a você que não vale a pena, pois o coração do salvo em Jesus já tem dono – e ele não o divide com nenhum outro.
Os artistas devem tomar cuidado para não se acharem mais do que são de fato. Os “fãs” devem tomar vergonha na cara e se arrepender desta idolatria velada. Falamos tanto dos católicos, que adoram imagens esculpidas por mãos humanas, mas veneramos “personalidades” como se fossem melhores e menos pecadoras do que nós. Tornamo-las num ideal shakespeariano, num objeto de desejo gospel, como se não tivéssemos de fato mais o que fazer nesta vida tão corrida e agitada. E isso é deprimente, degradante e assustador.
O avivamento virá sobre a Igreja quando esta (ou boa parte dos que pertencem a ela) deixar de ser fútil, carnal e amante de si mesma. Quando as pessoas que se encontram nestas condições se converterem de todo o coração, e passarem a dar bons frutos. Veremos a glória de Deus em cada família e igreja local quando os adolescentes deixarem de seguir Youtubers blasfemos e pararem de saber mais da vida de uma cantora do que da história de Rute, por exemplo. O avivamento virá sobre a Igreja quando os jovens se envolverem mais com o Reino de Deus e deixarem de depender de que um pastor se vista de Chapolin Colorado para que queiram ir à igreja.
Quando nos prostrarmos, confessarmos o pecado da idolatria que habita o nosso coração e nos dedicarmos ao estudo da Palavra de Deus, à prática da oração e a evangelização, teremos uma nação sendo discipulada para honrar e adorar o único Senhor e Salvador, o que fez o céu e a terra e que em breve voltará para reunir o seu povo, a fim de que o adore, em espírito e em verdade, por toda a eternidade. Seja este o seu maior anseio – conhecer a Cristo Jesus, e fazê-lo conhecido de todas as nações. Vivendo assim, te faltará tempo para saber sobre o que um “Nelson Rubens Gospel” da vida tem a informar.
por Maycson Rodrigues

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