“A cruz que levantamos anuncia que essa terra é nossa, nascemos aqui e morreremos aqui; nós retornamos para cá e vamos reconstruir o que for preciso”
Desde 2014, muitas
famílias cristãs da planície de Nínive decidiram partir para viver em
países ocidentais.
Essa não parece ser uma ideia agradável para Nidal*,
uma cristã decidida a lutar pela igreja no Iraque. “La (palavra árabe
que quer dizer ‘não’). Nós pertencemos a este lugar e de jeito nenhum
abandonaremos esse país. Por isso, nossa família decidiu voltar para
casa, assim que a guerra cessou, pelo menos em nossa cidade. Queremos
mostrar que é possível e vamos motivar outras pessoas a crer que há
esperança para os nossos filhos e que eles podem ter um bom futuro no
Iraque”, disse ela.
Embora Nidal esteja
feliz por estar em Tesqopa, a vida não tem sido muito fácil, com a falta
de água e energia elétrica, entre outras carências. “Não há escola para
as crianças aqui, então meu cunhado tem levado nossos filhos para outra
cidade, mas a vida continua. Cada dia é novo e cremos em Cristo para
nos ajudar durante esse período de restauração”, afirma. Em fevereiro,
um líder cristão de Bagdá decidiu visitar Tesqopa e participar da
primeira reunião entre os irmãos, realizada depois de quase 3 anos.
“Esse foi o primeiro raio de luz que brilhou nessa região, depois de um
período de trevas”, disse um líder que não foi identificado por motivos
de segurança.
Uma cruz retornou à
planície de Nínive, o que era considerado ilegal pelo Estado Islâmico
(EI) quando dominou a região. O líder conta que os jihadistas demoliram
tudo, até mesmo as tubulações que distribuíam água para as moradias.
Hoje em dia, há caminhões entregando água potável para as pessoas e
geradores que resolvem a questão da falta de energia elétrica. “A cruz
que levantamos anuncia que essa terra é nossa, nascemos aqui e
morreremos aqui. Nossos antepassados foram sepultados nesse lugar e nós
vamos preservar essa memória para as gerações futuras. Nós retornamos
para cá e vamos reconstruir o que for preciso”, ele disse.
Outro líder, Gabriel*,
tem trabalhado ao lado das famílias que regressaram. Durante os ataques
do Estado Islâmico ele esteve na linha de frente dos trabalhos da igreja
e, agora, se diz feliz por ver os cristãos retornando. “Sei que muitos
desistiram de ter esperança. Havia 750 famílias vivendo aqui e 400 delas
já deixaram o país. As poucas que voltaram terão um trabalho intenso,
veja como tudo está destruído”, alertou. “Agora temos que proteger os
cristãos, mas não podemos fazer isso por nós mesmos, precisamos da ajuda
do mundo inteiro. As ideias dos militantes ainda estão muito vivas, por
isso, contamos com o apoio internacional. Que a igreja seja capaz de se
unir por esse propósito”.
*Nomes alterados por motivos de segurança.
Há esperança para elesNossos
irmãos iraquianos e sírios que vivem em meio à guerra precisam muito de
ajuda. A fé cristã precisa continuar viva nesses países. A campanha “Esperança para Iraque e Síria”
foi criada com a intenção de reivindicar a eles o direto à igualdade,
condições de vida dignas e um papel relevante na construção da
sociedade. Estenda a mão para os nossos irmãos iraquianos e sírios e assine a petição. por Portas Abertas
Nenhum comentário:
Postar um comentário