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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Ateísmo é mais antigo que cristianismo, defende estudioso

Resultado de imagem para Ateísmo é mais antigo que cristianismo, defende estudioso    Comprovação colocaria em xeque afirmações de neoateístas 

A Inglaterra, terra de vários defensores do neoateísmo como Richard Dawkins e Stephen Hawking, também é lar de Tim Whitmarsh. Menos conhecido que os outros cientistas, ele está apresentando um novo estudo que pode minar as alegações de que o ateísmo é um sistema de crença moderna e um “antídoto” para séculos de ignorância e superstição.

Professor de Cultura Grega na conceituada Universidade de Cambridge, Whitmarsh argumenta que o ateísmo é um sistema de (des)crença muito mais antigo, antecedendo em séculos o cristianismo e o islamismo.

Segundo a pesquisa conduzida por ele, a crença de que não havia deuses era relativamente comum no mundo antigo. Contudo, esse “ateísmo antigo” teria sido apagado da história depois que o Império Romano adotou o cristianismo como religião oficial. Isso foi durante o reinado de Constantino, no início do século 4.

O professor Whitmarsh está lançando um livro com o resultado de anos de estudo. Com o título de Battling The Gods [Lutando contra os deuses], ele apresenta uma série de evidências que o ateísmo existia nas cidades-estados da Grécia Antiga.

“Ateísmo é, na origem, uma palavra grega,” explica. “Surgiu como um termo negativo, mas acho que há evidências que as pessoas se identificam positivamente como isso posteriormente”, argumenta Whitmarsh.
Acrescenta ainda: “Há evidências a partir do 5º século antes de Cristo, embora algo bastante modesto. Com certeza a partir do 2º século a.C. já existiam listas de argumentos contra a existência dos deuses”.

Em seu livro, ele reúne obras de uma série de pensadores gregos. Indo de Xenófanes de Cólofon – nascido em 570 a.C. – a Carnéades no século 2 a.C., um dos primeiros a compilar sistematicamente argumentos contra a existência de divindades.

Menciona também o julgamento de Sócrates, que foi acusado de “não reconhecer os deuses [de Atenas]” – como prova de que uma forma de ateísmo era comum na época, mesmo que Sócrates tenha negado essa acusação.

Para o professor, sua pesquisa comprova que o ateísmo não é uma ideia moderna, surgida em decorrência do Iluminismo. Por outro lado, rejeita a ideia de que a fé é um impulso natural, instintivo do ser humano.

“Descrença no sobrenatural é tão antiga como as montanhas”, resume. “O fato de que isso estava acontecendo há milhares de anos sugere que formas de descrença podem existir em todas as culturas, e provavelmente sempre existiram”, finaliza. Com informações de Telegraph

Por Jarbas Aragão

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