A crise imigratória que tem obrigado a Europa a flexibilizar suas
rígidas leis está sendo vista pela primeira-ministra da Alemanha, Angela
Merkel, como uma oportunidade de reacender o interesse dos cidadãos
europeus pela fé cristã.
Durante sua fala, Merkel fez uma comparação com os “gastarbeiter” (“trabalhadores convidados”) que desembarcaram no país nas décadas do pós-guerra, e elencou as oportunidades que eles geraram para a economia do país.
Merkel aproveitou para sugerir que a atual imigração ”pode enriquecer a Alemanha para aprender mais sobre o cristianismo”, que prega a tolerância e a acolhida dos necessitados.
“Muitos de vocês têm experiências as quais não temos como oferecer”, disse ela aos gastarbeiter e seus descendentes. Boa parte são de origem muçulmana, vindos da Turquia e da região dos Bálcãs há 60 anos, como parte de um programa que impulsionou a força de trabalho da Alemanha Ocidental, transformando-a em uma sociedade mais plural e multiétnica.
Ela frisou que a contribuição cultural dos “gastarbeiter” tem sido um “bônus incrível” e os encorajou a guardar tradições: “Ninguém deve esquecer as suas raízes”.
Angela Merkel é filha de pastor e recentemente ressaltou sua fé ao lamentar que muitas crianças não saberiam responder o que foi o Pentecostes. No seu discurso de segunda-feira, ela chamou a atenção para o fato de que a presença dos imigrantes pode fazer os alemães voltarem a estudar a Bíblia.
“Se alguém tem de olhar novamente para a Bíblia, porque se fala com alguém sobre o alcorão – que não é uma coisa ruim – são os alemães, que não são tão bem versados na Bíblia como fazem parecer”, pontuou, ressaltando que “a curiosidade nos enriquece”.
Publicado por Tiago Chagas
Nenhum comentário:
Postar um comentário