Tão envolvidos pela rotina e
correria do dia a dia, podemos esquecer dos anseios mais profundos do
coração. O que podemos aprender com o Pequeno Príncipe?
“Quanto mais conhece a realidade do mundo e mais conhece a si mesmo,
percebe como mais urgente o interrogante sobre o sentido das coisas e
sobre sua própria existência” (Fides et Ratio, 1).
É um caminho existencial que busca o conhecimento de si mesmo. Esse
caminho do “conhece-te a ti mesmo”, que é uma exortação esculpida no
templo de Delfos, nos leva às perguntas humanas
de fundo: “Quem sou eu?
De onde venho e para onde vou? O que existirá depois desta vida?” (Fides
et Ratio, 1).
A pessoa precisa descobrir “como é questionada pela vida; só ela pode
encontrar e ser responsável pela sua própria existência” (Victor Frankl,
“O homem em busca de sentido”). Os adultos estão tão presos à rotina
ativista, que se esquecem dos anseios mais profundos do coração.
A experiência do deserto, na qual se encontra encalhado o piloto, o
leva a sintonizar e descobrir essas perguntas fundamentais das quais
ninguém pode escapar. Às vezes é preciso estar em uma situação extrema
como essa para enfrentar tais interrogantes.
Quantas vezes fugimos da reflexão sobre o sentido da vida?
É muito mais fácil viver na superficialidade das nossas existências.
Encontrar soluções para nossos interrogantes mais profundos pode nos
levar a assumir posturas diante da vida que nos façam sair da nossa
“inércia confortável”.
Estas perguntas e respostas fundamentais só podem ser vistas com o
coração. Enquanto os adultos prestam atenção nas aparências, como
aconteceu com o astrônomo, a raposa o introduz no conhecimento cordial
que transcende o evidente para aferrar-se ao essencial, ao
verdadeiramente importante.
Na medida em que a pessoa entra em sintonia com seu interior,
consegue dar um novo sentido a toda a realidade, a toda a sua vida, e
engrandece o coração. Pouco a pouco, começa a ser responsável pela
própria vida.
O importante, então, é ser fiel a estas inquietudes profundas que moram em nosso coração.
Este contínuo estar acordado constitui o centro da virtude fundamental que chamamos de “consciência da responsabilidade”.
Esta responsabilidade diante dos nossos dinamismos interiores é muito
diferente da responsável rotina que a mãe da menina lhe impõe, no
filme, com o fim de poder entrar na prestigiosa instituição educativa.
Não permita que a rotina da vida lhe faça esquecer do que é invisível aos olhos.
Fonte: Aleteia
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