"Todo acordo tem seu preço e nós pedimos aos líderes que continuem negociando"
Um
dos três principais líderes religiosos da República Centro Africana que
ganhou reconhecimento mundial por seus esforços por acabar com os
conflitos do país, sofreu uma tentativa de assassinato, em Bangui. O
ocorrido foi apenas algumas semanas antes do anúncio de um referendo
sobre as eleições de outubro, destinadas a colocar um fim ao governo de
transição. O presidente interino sugeriu o cancelamento das eleições.
O presidente da Aliança Evangélica no país,
Nicolas Guerekoyame-Gbangou, também foi alvo de um ataque aparentemente
desencadeado pela morte de um jovem muçulmano, motorista de moto táxi.
Seu corpo foi encontrado no sábado, no 5º distrito, que é
predominantemente cristão, e em seguida foi levado para uma mesquita,
que antes era conhecida como reduto do grupo rebelde Seleka. O
responsável pela morte do jovem ainda não foi encontrado.
No mesmo sábado, houve uma revolta por parte
dos jovens muçulmanos e eles dispararam tiros de armas pesadas por todos
os lados, invadindo e destruindo propriedades. Foram até a casa de
Nicolas, e exigiram que a família deixasse a propriedade, ameaçando
matar seu filho mais velho, roubaram vários itens valiosos e depois
atearam fogo na casa. Antes de deixar o bairro, mataram duas pessoas.
A inquietação religiosa acontece desde 2013,
ocasião em que o Seleka tomou o poder. O país estava tentando
reconciliação entre os superiores muçulmanos e cristãos, o que deu a
eles um prêmio da paz, no último mês de agosto. Agora, o cenário é de
várias igrejas cristãs incendiadas, muita violência, cerca de 500 presos
fugiram da prisão central de Bangui e os compromissos de paz foram
prejudicados. "Todo acordo tem seu preço e nós pedimos aos líderes que
continuem negociando com calma, o governo precisa desarmar as milícias e
restaurar as forças nacionais para proteger o país", disse um dos
embaixadores da paz.
Portas Abertas
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