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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Justiça determina suspensão da rádio Vida por conta de locação da programação para igreja


Justiça determina suspensão da rádio Vida por conta de locação da programação para igreja
A Justiça Federal determinou a suspensão das transmissões da rádio Vida FM 96,5 em São Paulo, após uma ação do Ministério Público que tinha como alvo o aluguel da emissora para a Comunidade Cristã Paz e Vida, liderada pelo pastor Juanribe Pagliarin.
A rádio Vida FM é de propriedade do evangelista e advogado Carlos Apolinário, ex-deputado federal e membro da Assembleia de Deus. Durante janeiro de 2009 e dezembro de 2013, locou a programação da emissora por R$ 300 mil mensais à Paz e Vida.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, em 2014 o valor foi reajustado para R$ 480 mil, mas a parceria foi encerrada em março do mesmo ano, devido a uma interrupção das transmissões e a lacração dos equipamentos da emissora por uma decisão da Justiça Federal de Mogi das Cruzes (SP).
O motivo da interrupção das transmissões foi a acusação de que a Vida tinha uma torre de retransmissão ilegal na cidade, usada para potencializar o sinal da emissora e fazê-la alcançar toda a Região Metropolitana de São Paulo.
Originalmente, a concessão da Vida FM permite que a emissora transmita a partir de São José dos Campos, cidade do interior de São Paulo, onde está instalada uma antena. O estúdio da rádio, no entanto, fica no bairro de Santana, na zona norte da capital paulista, e a torre em Mogi das Cruzes.
Por esses motivos, a Justiça entendeu que havia irregularidades e determinou o fechamento da emissora há pouco mais de um ano. Apolinário recorreu da decisão e teve seu recurso aceito. A partir daí, inaugurou uma nova programação na emissora, sem locar os horários para nenhuma denominação.
A decisão proferida pela juíza federal Flávia Serizawa e Silva a partir da ação cível do Ministério Público com foco na locação dos horários, determinou a interrupção do sinal da emissora e também o bloqueio dos bens do proprietário, Apolinário, e do antigo locatário, Pagliarin.
“Há dupla usurpação de bem público pela rádio Vida, que ampliou sem autorização sua potência […] e transferiu seu sistema irradiante para Mogi de forma a atingir toda a Grande São Paulo; e [também] ‘alugou’ sua concessão mediante vultoso ganho financeiro”, escreveu a juíza.
Porém, a alegação de Apolinário é que o aluguel da emissora já não acontece há mais de um ano e que sua torre é considerada legal pela Justiça, que acatou seu recurso apresentado em março passado.
“O procurador entendeu que uma concessão não poderia ser arrendada, algo completamente sem fundamento jurídico”, afirmou Apolinário à Folha. “Se a tese dele fosse verdadeira, não poderia ter a rádio Bradesco, que é um banco, não uma rádio. Qual crime eu cometi, se eu paguei todos os impostos? É crime ganhar dinheiro?”, questionou.
O empresário afirmou ainda que a própria Justiça já havia reconhecido a legalidade de seu retransmissor em Mogi das Cruzes: “Eu consegui uma autorização da Justiça para a antena em Mogi, eu não estava lá de bobo alegre, não […] Essa ação cível me deixou sem um tostão no bolso. Estou arrumando dinheiro emprestado para pagar dívida e funcionário. Você não sabe o sufoco que estou passando”, lamentou.
A Redação do Gospel+ entrou em contato por telefone com a assessoria de imprensa da emissora para colher um posicionamento. Diego Mendonza, jornalista da Vida FM, afirmou que a rádio já recorreu da nova decisão e continua com sua programação no ar normalmente.

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