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quinta-feira, 5 de março de 2015

Igreja Universal do Reino de Deus ganha cada vez mais contornos de um movimento destrutivo


Igreja Universal do Reino de Deus ganha cada vez mais contornos de um movimento destrutivo
A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), fundada em 1977 por Edir Macedo, cada vez mais se aproxima de se tornar um movimento destrutivo (MD). Atuando a partir de um eixo, um MD possui grande capacidade de atração e persuasão. Não somente impõe formas de comportamento e crenças, como também procura moldar a forma pela a qual o adepto entende e se relaciona com o mundo. Não é um movimento natural, transparente, mas um movimento cujos objetivos se chocam frontalmente com a sociedade. Embora não exista um modelo ou cartilha oficial, um movimento destrutivo pode ser facilmente identificado em movimentos como a Igreja da Unificação e a IURD. Com atuação centralizada, formas rigídas de controle dos adeptos e dos líderes, escolha de um inimigo a ser combatido e proselitismo midiático e político, um MD impõe sua visão de mundo e seus propósitos.
Após a inauguração do suntuoso templo de Salomão, na capital paulista e centro econômico do Brasil, e a recente investida no governo federal e no Estado de São Paulo, a partir de janeiro de 2015 a IURD colocou em prática mais uma de suas estratégias: a criação dos Gladiadores do Altar (GA). Com apresentação em uma catedral do Ceará, os Gladiadores causaram grande alvoroço na mídia. Não é a coreografia em si que chama a atenção – até porque é costume de igrejas evangélicas a realização de marchas e demais apresentações em festividades – mas as orientações por trás do movimento criado com o objetivo de atrair a juventude. É neste ponto que a IURD se aproxima de movimentos como a Igreja da Unificação. Formado em sua maioria por jovens, os GA tem como uma das exigências que o candidato abdique de sua vida para se dedicar ao comando do projeto. O uso de mão de obra jovem é algo comum em movimentos destrutivos dos EUA e da Europa. Além do mais, a recente guinada esportiva da IURD também tem como objetivo atrair o público jovem e usá-lo como uma força de atração e propagação de seus propósitos seculares.
Se realizada durante o regime militar brasileiro, a apresentação dos GA seria facilmente identificada como um movimento subversívo e reprimida pelos DOPs. Não é o caso, porém, do início de uma investigação formal da IURD, mas os indícios apontam claramente para um movimento destrutivo em formação e será preciso, em um futuro próximo, um acompanhamento mais detalhado dos passos desta denominação religiosa. As igrejas evangélicas brasileiras – notadamente as históricas e pentecostais – possuem formas de atuação diferentes da IURD e são exemplos de preservação do modelo protestante. A terceira onda pentecostal (Paulo Freston, 1996), surgida a partir de 1977 possui características que não correspondem com a primeira e a segunda onda pentecostal, constituindo-se em movimentos controversos. O apologista Joaquim de Andrade é um expert no que diz respeito aos modismos religiosos e tem, há 18 anos, chamado a atenção para os perigos da deturpação do modelo doutrinário e litúrgico do cristianismo bíblico. No livro “Controvérsias” (Visão Cristocêntrica), Joaquim de Andrade trata destes e de outros modismos que tem se disseminado pelo Brasil. Neste sábado, às 10h, na livraria Genebra, na Rua Conde de Sarzedas, 22, (SP), o autor ministrará uma palestra sobre modismos e apresentará seu novo livro, “Controvérsias”.
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é pesquisador, jornalista, colaborador de diversos meios de comunicação e licenciando em Ciências Sociais pela Universidade Metodista de São Paulo. Há mais de dez anos dedica-se ao estudo de religiões e crenças, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e movimentos destrutivos. Contato: pesquisasreligiosas@gmail.com 

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