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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pastor critica “afronta ao povo brasileiro” na organização da Copa do Mundo: “Nossa democracia sofreu um golpe”



Pastor critica “afronta ao povo brasileiro” na organização da Copa do Mundo: “Nossa democracia sofreu um golpe”
O pastor Antonio Carlos Costa, presidente da ONG Rio de Paz, publicou uma crítica à organização da Copa do Mundo e ao não cumprimento das metas que previam um legado à população.
Costa, que foi ordenado pastor pela Igreja Presbiteriana e em há dez anos fundou o ministério Palavra Plena, afirmou que o povo está “falando mais sobre o fracasso da seleção do que sobre o Governo Federal ter mentido para o povo brasileiro, ao declarar que a Copa seria bancada com recursos da iniciativa privada”.
A publicação no Facebook ainda faz críticas às obras que “saíram mais caras do que havia sido anunciado”: “Gastaram mais do que era necessário, investindo dinheiro na construção de quatro sofisticados estádios em regiões nas quais não há demanda de público”, escreveu o pastor.
“O retorno social da Copa é pífio. Nas favelas nas quais trabalhamos [com a ONG Rio de Paz] a realidade continua a mesma”, disparou. “Nossas autoridades públicas – União, Estados e Municípios- investiram quantidade brutal de tempo no que era secundário. Melhor do que distrair o povo com futebol é lhe dar condições dignas de vida. Perdão pela obviedade. Nunca é demais ressaltar essa crueldade”, acrescentou Costa.
Para Antonio Carlos Costa, a Lei Geral da Copa aprovada pelos parlamentares brasileiros e sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT), permitiu que altos lucros fossem produzidos na Copa e nenhum centavo de imposto fosse pago: “A isenção completa de pagamento de impostos concedida à Fifa, às empresas patrocinadoras da Copa e às empreiteiras que construíram os estádios de futebol é afronta ao povo brasileiro”, frisou.
Costa diz ainda que “o poder público brasileiro decidiu realizar evento esportivo caríssimo sem consultar o povo”, e que como resultado disso, “nossa democracia sofreu um golpe, uma vez que é importante para ela estar associada à promoção da igualdade e da justiça social”, pois os “brasileiros que viram uma fortuna de dinheiro público investida na Copa e muita vontade política para a sua realização, passaram a pensar que numa democracia o poder serve apenas ao sistema”, lamentou.
“Os governantes brasileiros, até agora, não pediram perdão ao povo pelos erros grosseiros que cometeram na organização da Copa. Em suma, os governantes brasileiros ignoraram o clamor popular das imensas, justas e democráticas manifestações do ano passado”, concluiu.

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